O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) rebateu as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que culpou o Senado pelo atraso na votação do Fundeb (fundo para o ensino básico). "A coragem do Presidente da República de mentir é cada dia maior, e mente contra o Senado", disse ACM, que fez discurso na tribuna da Casa. ACM acusou o governo de "propositadamente, cinicamente" enviar medidas provisórias que trancam a pauta do Senado e que não se vota o Fundeb "porque o Presidente da República não quer".
DESMORALIZAÇÃO E OS PICARETAS
Segundo o senador baiano, Lula quer "desmoralizar" o Poder Legislativo e lembrou a famosa declaração do presidente, então presidente nacional do PT de que a Câmara tinha "300 picaretas".
"Hoje,os picaretas se mudaram para o Planalto, para o palácio dele: são os Delúbios Soares, são os homens dos Land Rover, é Okamotto. São esses os ladrões do País que estamos vendo prestigiados pelo Presidente da República. E apagaram tudo", afirmou o senador. ACM disse que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) respondesse ao discurso do presidente Lula. Calheiros é um dos parlamentares do PMDB que articularam o apoio do partido à candidatura de Lula à reeleição.
"Essa Mesa, ou protesta ou se desmoraliza. Se quiser se desmoralizar, não será com o meu apoio e, sim, com o meu protesto", concluiu ACM.
SÓ SE ESTIVER FICANDO LOUCO
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse duvidar de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha criticado o senado sobre o assunto ou dito palavras tão sem sentido como as anunciadas. "Acho difícil que o presidente tenha falado isso, porque ele estaria ficando louco", afirmou o presidente do Senado. E acrescentou que o presidente sabe do esforço da Casa para destravar a pauta de votações.
A CULPA É DO GOVERNO
Calheiros atribuiu a não-aprovação à demora do governo em enviar o projeto ao Congresso Nacional e à edição de Medidas Provisórias que trancam a pauta do Senado.
CRÍTICAS E CHACOTAS
No Senado os pouco parlamentares que lá estavam comentavam com jornalistas a fala desastrada do presidente, não só por não ser correta, mas pela falta de sentido, de entendimento, de seriedade, de nexo. “Parecia conversa de botequim”, provou um parlamentar de oposição. O jornalista que participava da conversa partiu para o deboche. “Só não vou dizer que o homem voltou a beber pois ele me “expulsa” do meu jornal. Foi mais um lamentável dia da política nacional.
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