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domingo, 30 de julho de 2006

Sociólogo ,ex-petista, diz que PT virou gang, e nada tem de resquício de seu antigo sonho ideológico utópico

Em recente entrevista à Folha de São Paulo, Francisco de Oliveira, professor titular aposentado de Sociologia da USP e um dos fundadores do PT, de quem agora está desligado, afirma, entre outras coisas, que a fronteira entre o legal e o ilegal acabou. Estabeleceu-se um sistema de vasos comunicantes e o PCC está no meio disso tudo. Tudo é uma questão de negócios. O PT, afirma ele, provavelmente terá o destino do peronismo, "o que é extremamente perigoso porque o partido peronista pós-Perón se tornou uma confederação de gangues".

Por caminhos completamente diferentes, Francisco de Oliveira chega às mesmas conclusões do americano Francis Fukuyama, para quem a História (econômica) acabou e não há mais opções políticas.

As observações do sociólogo paulista são oportunas e interessantes. Fora uns poucos petistas convencidos de que o socialismo ainda é possível, todos aqueles que foram para o governo – na administração direta ou indireta – não representam os interesses de grupos da classe trabalhadora, senão os seus próprios interesses. Há sindicalistas de origem e profissão indefinida nas diretorias de estatais, de fundos de pensão, de órgãos reguladores. Todos capturando recursos para o PT, mas, especialmente, para si mesmos.

Os petistas estão presentes em tudo, desde a paralisação da agência de transportes aquaviários (que não se delibera há mais de dois anos) até o José Cirilo, apontado como operador do esquema dos sanguessugas na Saúde. Cirilo é nome importante dentro do PT e, como Bruno Maranhão, organizador da invasão do MLST ao Congresso, membro do Conselho Diretor do PT. Se as coisas estiverem mais avançadas do que pensa o sociólogo Francisco de Oliveira, Cirilo seria chefe de uma das gangues do Partidão.

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