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quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Confirmada presença do Apedeuta no debate...Fortes emoções!

O presidente da República vai ao debate da TV Globo, amanhã, às 22h, onde também estarão os outros três principais candidatos a tomar-lhe o posto. Lula gravará mensagens em vídeo que serão repassadas aos palanques de diversos candidatos que o apóiam em todo o país e fará um discurso eletrônico especial para o comício em São Bernardo do Campo. O comício seria o ato de encerramento de sua campanha. Agora, com a instalação de telões que transmitirão o debate da Globo, vai virar uma espécie de central da torcida organizada lulista-petista.
Lula foi informado, ao longo do dia, das prévias de resultados das pesquisas Ibope e DataFolha que serão divulgadas hoje, no Jornal Nacional, e recebeu a análise dos trackings de sua própria campanha. Ele ainda é capaz de vencer a eleição no primeiro turno, mas houve um sensível desgaste de sua imagem no episódio do dossiê. Para vencer e liquidar a eleição no domingo, o presidente não tem necessidade de conquistar novos votos. Precisa, isso sim, deixar de perdê-los. A sangria é maior no Sudeste e entre os eleitores mais escolarizados -- justo os estratos em que a audiência ao debate da Globo deverá ser maior. Se decidisse não ir ao debate, o presidente corria o risco de tornar ainda mais aguda a perda de intenções de voto: sua cadeira, vazia, seria focada pelas câmaras em todos os intervalos e a cada segmento um adversário teria o direito de malhá-lo por 40 segundos. O episódio do dossiê contra José Serra não derrubou Lula, mas evitou que se produzisse a certeza do "já ganhou" e, com ela, uma onda positiva que poderia ser capaz de conferir contornos heróicos à reeleição.
Amanhã, quando fizer a chamada para o debate no JN, a Globo deverá asseverar que Lula é o primeiro presidente da História que aceita debater com seus contendores no curso de uma campanha. Não é um feito épico: antes dele, só Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, disputou uma reeleição no cargo de presidente. FHC não aceitou debater com Lula e Ciro Gomes, seus adversários em 1998. Nem a TV Globo realizou debates presidenciais naquele ano. Além da garantia dessa citação, o presidente da República certificou-se da rigidez do julgamento da emissora na hora de conceder direitos de respostas, no curso do programa, caso ocorram ofensas pessoais e diretas aos debatedores. Lula e o PT sabem que, amanhã, a Globo transmitirá uma duspita desigual de três contra um. Mas ele está pronto para encarnar seu melhor personagem -- o do cidadão pobre que lutou contra as adversidades de um país desigual e de uma sociedade injusta e virou Presidente da República.
Em 1998 Lula responsabilizou Cristovam Buarque, então candidato à reeleição para governador do Distrito Federal e hoje seu adversário, por ter perdido a disputa no último debate. Cristóvam, professor e ex-reitor da UnB, entrou no estúdio de TV a três dias da eleição com a vitória assegurada. Adotou uma postura arrogante e abusou dos cacos irônicos contra o adversário, Joaquim Roriz, do PMDB. Roriz, político populista curtido em uma política ao estilo mineiro que se faz no interior de Goiás, terminou vitimizado pelos bafejos de "saber" do doutor Cristóvam. Resultado: Roriz ultrapassou Cristóvam na reta final, venceu, e o hoje senador pelo PDT e candidato a presidente da República pelo partido de Leonel Brizola ganhou a pecha de homem público arrogante.
A Globo e a rigidez de suas regras deixaram Lula seguro de que Heloísa Helena também não poderá avançar contra a honra do presidente da República. Se o fizer, será repreendida dentro das normas do telejornalismo global e sob uma audiência estimada em 48 a 55 milhões de espectadores. Ou seja, será um gesto camiscase.
Quanto a Alckmin, o presidente se preocupa menos com ele: vai cobrar do tucano questões de segurança e problemas administrativos. O petista crê que o cotejamento das gestões do PSDB no Planalto, com Fernando Henrique, e em São Paulo, com Alckmin, com sua administração e com os governos petistas em diversos Estados, é favorável a si e a seu partido. Lula também diferenciará Alckmin de Mário Covas, a quem pretende homenagear.
Ciro Gomes, o ex-minsitro que se elegerá deputado federal pelo PSB do Ceará, está emprestando sua língua afiada a Lula para que amole as idéias e a retórica e possa desferir golpes de esgrima no debate.
Enfim, amanhã será de fato de uma quinta-feira de grandes emoções na cena política.
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2 comentários:

tunico disse...

Kozel, Heloísa pode ser agressiva mas não é destemperada. Vai agredir sim. Com ternura.Vai deixar Lula no córner.Como sabemos que Lula se perde quando acuado, é capaz de ele agredir Heloísa.
Cristóvam também vai atacar com elegância pois foi demitido por telefone.
Alckmin vai assistir de cátedra pois Lula não tem como agredí-lo. Lula só sabe agredir FHC e Alckmin não tem nada a ver com FHC salvo estarem no mesmo partido.É minha leitura.

Anônimo disse...

Por: Carlos Chagas
E-mail: cchagas@brasiliaemdia.com.br

Acaba de ser criada, em Brasília, uma nova ONG, chamada de Sociedade dos Amigos de Plutão (SAP), destinada a protestar contra decisão da União Astronômica Internacional que rebaixou o nono planeta do sistema solar à condição de asteróide. Isso porque, semana passada, reunidos em Praga, 2.500 astrônomos tomaram essa decisão. Agora, somos apenas oito planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

A sede da Sociedade dos Amigos de Plutão está registrada na Esplanada dos Ministérios, ainda que sem particularizar qual deles. O presidente da entidade é um ex-líder sindical, filiado à CUT e ao PT, amigo íntimo do presidente Lula. O Diário Oficial publicou a liberação de 7,5 milhões de reais para estimular as primeiras ações da nova ONG, que também celebrará convênios de publicidade com a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e os Correios. O objetivo é conscientizar a população para o perigo que significa o rebaixamento de Plutão, primeiro passo para a exclusão da Terra.

Estão definidas viagens de comitivas da Sociedade dos Amigos de Plutão pelas principais capitais do mundo, pretendendo entrevistas com presidentes e primeiros-ministros capazes de integrar-se à campanha em defesa do infeliz planeta agora degradado. Programou-se, é claro, retiradas de 20 mil reais semanais para cada um dos 800 diretores da nova ONG, que também receberão cartões de crédito institucionais para enfrentar despesas pessoais de hospedagem, alimentação, vestuário e transportes.

Alguma surpresa? De jeito nenhum. A SAP será apenas mais uma ONG entre as centenas criadas ao longo dos últimos anos, boa parte subsidiada pelo governo, com as mais diversas finalidades: a defesa da floresta amazônica, o estimulo ao programa do primeiro emprego, a exigência de ética nos negócios públicos e, certamente, a que dá proteção aos gatos cegos.

Vale a ressalva: existem ONGs de grande importância, que prestam relevantes serviços à sociedade. No reverso da medalha, porém, ONGs fajutas. Umas financiadas por multinacionais e até por governos estrangeiros, empenhadas em impor interesses estranhos à nossa soberania. Outras, de simples picaretagem. Numa época em que se acendem esperanças para os trabalhos do futuro Congresso, que tal programar uma CPI destinada a investigar a atuação, o funcionamento, as origens, os objetivos e os recursos das Organizações Não Governamentais?
CK