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sábado, 30 de setembro de 2006

Futuro negro para Berzoini

Com a anuência de Lula, será deflagrado depois das eleições, um movimento para renovar o comando do PT. Pretende-se retirar o deputado Ricardo Berzoini (SP) da presidência da legenda. Deseja-se também minar o poderio do chamado Campo Majoritário, que tem no deputado cassado José Dirceu (SP), a sua maior expressão.
Inicialmente, pretendia-se iniciar o debate sobre a renovação do PT apenas em setembro de 2007, quando o partido terá um encontro nacional. Porém, a crise do dossiêgate antecipou o calendário. A avaliação de Lula e de alguns de seus principais colaboradores petistas é a de que o assunto não pode mais ser adiado.
O blog ouviu dois auxiliares de Lula. Um deles falou com o compromisso de que seu nome fosse preservado. Disse que a crise do dossiê retirou de Berzoini as condições políticas para continuar dirigindo o partido. Informou que a Executiva e o Diretório Nacional do partido serão convocados para tratar do assunto.
Um outro auxiliar de Lula, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) falou às claras. Evitou mencionar nomes. “Não é o momento oportuno para isso.” Mas foi taxativo quanto à necessidade de uma reciclagem do PT: “O partido, por óbvio, fará uma grande mudança depois das eleições. Essas experiências que o PT atravessou parece que não ensinaram a alguns, mas ensinaram a muita gente”.
“Estou falando por mim, mas tenho absoluta certeza de que na primeira reunião do Diretório Nacional que ocorrer depois das eleições, o partido vai tomar medidas bastante severas”, afirmou Tarso Genro. “Isso é o pensamento de 90% dos filiados. Tenho certeza de que isso vai ocorrer”.
Segundo o ministro, a renovação do PT é “essencial para que o partido possa se apresentar à sociedade como um sujeito político ativo, que tenha ao mesmo tempo uma postura programática e confiabilidade para o diálogo”. O diálogo a que se refere Tarso Genro faz parte dos planos de Lula para a fase pós-eleitoral.
Certo de que obterá a renovação do seu mandato nas urnas, o presidente planeja abrir diálogo com os partidos de oposição.
O prestígio de Berzoini foi carbonizado depois que veio a público a informação de que pessoas recrutadas por ele para o comitê de campanha de Lula estão metidos na tentativa frustrada de aquisição de um dossiê contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Uma ação que levou ao afastamento do deputado da coordenação da campanha.
Em reserva, Lula destila irritação. Diz que Berzoini, a pretexto de obter informações capazes de mudar o quadro eleitoral paulista, beneficiando a candidatura petista de Aloizio Mercadante, acabou submetendo o projeto nacional do partido a riscos desnecessários.
A prevalecer a intenção do Planalto, Berzoini, candidato à reeleição para a Câmara dos Deputados, arrisca-se a passar à história do PT como o presidente mais breve da legenda. Em julho de 2005, nas pegadas do escândalo do mensalão, ele deixara o Ministério do Trabalho para assumir a secretaria-geral do PT, em substituição a Silvio Pereira. Em outubro de 2005, foi eleito presidente do partido. Teve o apoio explícito do ex-ministro José Dirceu.

Empossado, Berzoini tramou o adiamento da discussão sobre a prometida punição dos deputados da legenda que haviam se envolvido no escândalo do mensalão. A providência feriu de morte o discurso da “refundação do PT”, que era esgrimido à época por Tarso Genro. Qualquer iniciativa séria de reformulação partidária passa pela retomada desse debate.
Blog do Josias

Um comentário:

Anônimo disse...

Pô! Ultimamente só acontecem tiros no pé.

Filho de Severino Cavalcanti foi alvejado no Recife
José Maurício levou um tiro no pé. Há dúvidas se foi assalto, atentado ou dívida não paga.

quidnovi
CK