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terça-feira, 10 de outubro de 2006

Autoridades investigam 'insider' em oferta da Sadia

A oferta pública da Sadia pela Perdigão, que poderia ter sido o maior negócio do ano, não provocou desgaste apenas pela rejeição enfática dos acionistas. A operação foi atropelada por uso de informações privilegiadas em negociações com papéis da Perdigão, que estão sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Securities and Exchange Comission (SEC). No Brasil, estão sendo investigadas compras feitas pela corretora Coinvalores, que tem entre seus sócios Fernando da Silva Telles, genro do conselheiro e acionista Osório Furlan. A corretora movimentou 40% do volume total com ações da Perdigão na Bovespa nos três dias anteriores ao anúncio oficial e vendeu os papéis nos três pregões posteriores. Telles diz que as operações são de clientes. O advogado da Sadia, Mauro Guizeline, afirma que foi a própria empresa que pediu à CVM, em agosto, uma investigação sobre as operações atípicas da Coinvalores. O insider trading obrigou a Sadia a apressar o anúncio da oferta, impedindo a negociação prévia com os acionistas da Perdigão - o que pode ter contribuído para a rejeição da oferta, tomada como hostil.

Ontem, a Sadia comunicou a troca do diretor financeiro e de relações com investidores, Luiz Gonzaga Murat, por Welson Teixeira Júnior, mas negou que isso tivesse relação com o caso Coinvalores. Diretores da Sadia e assessores financeiros e legais da operação estão recebendo da SEC questionários sobre a data em que souberam da operação. O órgão indaga sobre contatos com instituições que negociaram papéis da Perdigão nos EUA

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