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sexta-feira, 20 de outubro de 2006

A estratégia do atraso

Nos 12 meses terminados entre maio e junho, a produção industrial brasileira cresceu bem menos do que a da maior parte das economias em desenvolvimento ou em transição do socialismo para o capitalismo. No Brasil, a expansão ficou em 2,2%, enquanto chegou a 5,5% na Turquia, 8,2% na Índia, 9,2% na Hungria, 9,4% na Polônia e 17% na China, para citar só um punhado de exemplos.
(...)Cuidando preferencialmente da entrega de cargos a companheiros e aliados, o governo petista deixou de fazer o necessário para promover o crescimento econômico. Seu desempenho na área de tecnologia foi lamentável e, em muitas ocasiões, grotesco. Seus ministros da área notabilizaram-se por declarações desastradas e até cômicas. Ao mesmo tempo, o gabinete presidencial favoreceu o aparelhamento da Embrapa, e só não chegou a destruir esse núcleo de excelência porque os pesquisadores comprometidos com o trabalho sério se revoltaram, e o governo voltou atrás.Mas o presidente Lula soube empenhar-se na apropriação de realizações de outros governantes. Hoje se apresenta como o presidente que conduziu o Brasil à auto-suficiência em petróleo - um processo que vem consumindo anos de esforços de várias administrações e ainda não se completou. Se algo deu certo nesse governo, foi aquilo em que as orientações anteriores foram preservadas - como a política antiinflacionária. O resto foi um espetáculo de arrogante mediocridade.