Petistas da campanha de Lula atribuem "risco de privatizações"com uma eventual vitória de Alckmin

Marco Aurélio Garcia, coordenador da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta-feira que eventual eleição de Geraldo Alckmin (PSDB) representaria um “risco“ para o Brasil porque os planos do partido embutiriam um projeto ‘privatista’ que se arrasta desde o governo de Fernando Henrique Cardoso. A afirmação foi contestada pelo candidato tucano.
- É a experiência da instabilidade. Há um risco Alckmin. É importante que as pessoas entendam... Há o risco Alckmin, que é o risco das privatizações, o risco de que nós venhamos a ter o salário mínimo abaixo dos índices de inflação, que nós venhamos a ter a Alca e uma política externa de submissão - disse Garcia, em entrevista à “Radio 13“, vinculada à campanha de reeleição de Lula.
‘Isso é mentira... Tem objetivo de tirar votos’, rebateu Alckmin em Salvador, onde participou nesta quinta-feira de encontros com correligionários do PSDB e com lideranças locais do PFL, organizado pelo senador Antônio Carlos Magalhães.

- Não há nenhum projeto de privatização. Pelo contrário, vamos reestatizar aquilo que o PT “privatizou“ - disse o candidato ao se referir ao chamado “aparelhamento do Estado“ por membros do PT.
O PT, em seu site na Internet, acusa também que o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações no governo FHC e que seria um dos principais articuladores do programa de governo de Alckmin, defende a privatização da Petrobras.
- No programa tucano não consta abertamente a proposta de venda da Petrobras para o capital privado, mas três itens do documento indicam, com outras palavras, que o rumo a ser adotado, no caso de vitória da direita, será mesmo o da privatização de uma das principais estatais brasileiras - informa o PT.
Luiz Carlos Mendonça de Barros não faz parte da equipe de economistas que elaborou o programa de governo de Alckmin, mas sim o irmão dele, José Roberto Mendonça de Barros, segundo uma fonte da campanha tucana.

Ainda de acordo com a entrevista de Garcia à Rádio 13, “todos esses elementos fazem parte do risco Alckmin“. O coordenador da campanha de Lula afirma também que esse tema entrará nos debates de campanha.

- Isso vai ser explicitado, isso vai ser debatido, não só pelo presidente, mas por todos aqueles que estão engajados na campanha presidencial - disse Garcia.