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segunda-feira, 2 de outubro de 2006

A tragédia eleitoral de Lula

O Programa Cidade Alerta, da Rádio Record de São Paulo, recebeu hoje cedo várias denúncias de eleitores contestando a segurança e a confiabilidade do sistema de votação. Os ouvintes reclamaram que, na hora do voto, digitaram corretamente o número do candidato em quem queriam votar, mas a urna apresentava outro candidato. Muitos admitiram que acabaram se atrapalhando e votando errado.

Além disso, em São Paulo, houve outro fato grave antes da eleição começar. Completamente passando por cima da lei, o Tribunal Regional Eleitoral resolveu que não seriam emitidos boletins de urna para a fiscalização dos partidos. A denúncia foi do engenheiro Amilcar Brunazo Filho, do Voto Seguro.Org. Trata-se do crime perfeito, pois o modelo brasileiro de votação eletrônica, por vontade do TSE, não permite a impressão de votos para uma posterior auditoria por amostragem.
Brunazzo advertiu na véspera da eleição: “É possível “eleger” no computador uma bancada para o Legislativo, em São Paulo. É possível roubar a eleição majoritária, com a manipulação dos votos brancos, nulos e inválidos. Não há como conferir as urnas da eleição em São Paulo. No Rio, os partidos podem fazer isso. Em São Paulo, não”. Engenheiro especialista em segurança de dados, Amilcar Brunazo Filho escreveu um artigo que mostra a vulnerabilidade do sistema das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições do Brasil.

A oncinha, que o presidente Lula garantiu que iria beber água no domingo, ficará com sede até 29 de outubro – data marcada para o segundo turno contra Geraldo Alckmin. A expressiva votação em São Paulo foi o fiel da balança em favor de Alckmin, em um primeiro turno resolvido no fotochart: 48,61% dos votos para Lula contra 41,64% para Alckmin. Agora, segundo turno é outra eleição. A votação de Alckmin, acima de 40 por cento, foi considerada zebra pelos videntes do Palácio do Planalto.

O presidente, que venceu no Norte-Nordeste, dependerá de um rearranjo de votos no Rio de Janeiro, onde obteve surpreendentes 49,18% dos votos. O Rio será um dos fiéis da balança eleitoral. Outro estado decisivo será Minas Gerais, onde Lula também teve 50,80% dos votos, embora o tucano Aécio Neves (que teoricamente apoiaria Alckmin) tenha se reelegido com esmagadores 77,03% dos votos. A briga por votos entre Lula e Alckmin será mais intensa nestes dois estados do Sudeste, região que foi mais favorável ao tucano.

A repercussão das denúncias do escândalo do dossiêgate sobre o eleitorado do Centro-Sudeste-Sul e a ausência no debate foram os pontos que pesaram contra o petista que esperava ganhar no primeiro turno com uma diferença de 12 milhões de votos. Mas a diferença entre Lula e Alckmin foi de 6.693.083 votos (a metade esperada pelos petistas). O dossiê contra o tucano acertou o Aerolula, fazendo o Air Force 51 cair de bico, deixando o sobrevivente em estado eleitoral grave.

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