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sexta-feira, 17 de novembro de 2006

CPI identifica 29 ligações entre deputado petista e "aloprados"

A CPI dos Sanguessugas confirmou nesta quinta-feira 29 ligações entre o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) e os principais acusados de envolvimento na compra do dossiê antitucano no período em que o material contra candidatos do PSDB foi negociado com o empresário Luiz Antonio Vedoin --como revelado em reportagem publicada pela Folha.

O sub-relator da CPI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que ainda é cedo para confirmar o envolvimento de Abicalil com o dossiegate, mas encaminhou o cruzamento de dados para que o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), responsável pelo caso dossiê na CPI, analise o cruzamento telefônico.

"Todas as datas [das ligações] têm uma relevância com as negociações do dossiê. Precisamos aferir a relação entre o Abicalil e os aloprados --o Valdebran [Padilha] e o Expedito [Veloso]", disse Sampaio.

Segundo o deputado, as ligações ocorreram entre 22 de agosto e 12 de setembro, período em que Expedito Veloso, ex-diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil, esteve em Cuiabá para negociar a compra do dossiê. Um dos telefonemas trocados entre Abicalil e Expedito ocorreu no dia 22 de agosto, véspera da primeira de três idas de Veloso à capital de Mato Grosso.

Nesta data, os dois trocaram nove ligações, segundo Sampaio --três feitas por Abicalil e seis por Expedito. Já com Valdebran, preso com o R$ 1,7 milhão que seria usado na compra do material antitucano, Abicalil falou por duas vezes no dia 5 de setembro, quando os "aloprados" teriam se encontrado com Vedoin para definir o valor da compra do dossiê.

Apesar do esvaziamento que tomou conta da CPI nas últimas semanas, aliado ao pouco tempo para a conclusão dos trabalhos da comissão --que devem terminar até 15 de dezembro-- Sampaio acredita que ainda há como avançar nas investigações sobre a compra do dossiê. "Acredito que vamos concluir no tempo hábil. A gente vai muito além do que a Polícia Federal foi. Temos vontade de fazer muitas perguntas", disse.

Defesa

Em nota oficial, Abicalil se mostrou surpreendido pelo cruzamento das ligações que apontam seu suposto envolvimento com o dossiegate. O deputado afirma que, até o momento, não teve acesso aos dados telefônicos disponíveis à CPI nem foi notificado pelo Ministério Público, Polícia Federal ou pela própria comissão sobre sua suposta participação no episódio.

Abicalil afirma, ainda, que já solicitou ao presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), cópia do cruzamento dos dados telefônicos. O deputado se colocou à disposição da comissão para prestar esclarecimentos necessários sobre o caso.

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