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sexta-feira, 17 de novembro de 2006

PF vê 11 crimes na negociação do dossiê

A Polícia Federal já levantou, até o momento, onze crimes cometidos pelos envolvidos na operação da compra do dossiê Vedoin. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira, as ilegalidades vão desde uso de caixa dois a crimes contra o sistema financeiro, fraude cambial, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsificação de documento, extorsão e até estelionato.

Oito destes crimes são atribuídos a um grupo de petistas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "aloprados". "Foi um passeio pelos códigos penal, civil e eleitoral", descreveu ao jornal um policial que participa das investigações.

Dois dos envolvidos na trama já estão indiciados - os donos da agência de câmbio Vicatur, Fernando Ribas e Sirlei Chaves. Nessa agência foi comprada parte dos dólares usados para adquirir o dossiê antitucano do PT. Já há provas suficientes para indiciar outros seis envolvidos de acordo com a PF. No entanto, os policiais esperam conseguir evidências mais contundentes contra personagens cujo envolvimento não está bem caracterizado, para dar início aos processos criminais.

O grupo contra o qual há provas suficientes para indiciamento inclui Gedimar Passos e Valdebran Padilha, presos com 1,75 milhão de reais que seriam usados na compra do dossiê. Também estão relacionados o ex-coordenador de comunicação da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda, e o ex-chefe do setor de inteligência do PT, Jorge Lorenzetti. Para a PF, Lorenzetti pode ser indiciado, por crimes financeiros, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, entre outros.

Mais um - A quebra do sigilo telefônico dos acusados no escândalo do dossiê revelou que mais um deputado federal do PT manteve contato com o grupo de envolvidos. Segundo matéria do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira, trata-se de Carlos Abicalil, do Mato Grosso, que trocou pelo menos 20 ligações com Expedito Veloso, um dos negociadores do dossiê.

As ligações se concentram nas datas em que Veloso - ex-diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil e integrante da campanha de Lula - esteve em Cuiabá para negociar a compra dos papéis. Além de Veloso, os dados mostram que o gabinete de Abicalil em Brasília recebeu pelo menos duas ligações de Valdebran Padilha, um dos principais negociadores da operação.

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