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quinta-feira, 16 de novembro de 2006

PMDB pode ir para reunião de governadores ainda com problemas internos

Temer se queixa do Planalto, que não teria interesse no encontro de governadores
O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, voltou a criticar setores do governo por seguirem o mesmo processo de negociação usado no primeiro mandato de Lula, tentando contatos isolados envolvendo trocas de cargos por apoio, sem um acordo institucional com a legenda. Foi logo contestado pelo senador Renan Calheiros, que defende a tese de que a interlocução do Partido com o governo deve ser democratizada. Com isso, se caracterizam as divergências.

As informações de que alguns governadores teriam sido aconselhados a não participar da reunião de Florianópolis, articulada por Luiz Henrique com apoio de Temer, pode reforçar esse clima interno PMDB, às vésperas do encontro. Temer chama atenção para o fato de que apesar da declaração do Presidente de que trataria o Partido como um todo, isso não estaria acontecendo.

A mesma discussão de sempre pode voltar, comprometendo a tentativa de entendimento. O PT nunca valorizou tanto o PMDB como agora, de forma pública. O próprio presidente Lula tem demonstrado esse interesse e avançado rapidamente na aliança, mesmo não conversando formalmente com os dirigentes do Partido. E aí reside o ponto principal de divergência.

Seus interlocutores continuam sendo Renan Calheiros, Jader Barbalho, Eunício Oliveira, entre outros. Por isso a iniciativa de uma reunião de governadores com o apoio de Michel Temer. A expectativa agora é ver quem leva a melhor nessa nova queda de braço.

Outro estilo

Em alguns pontos o presidente Lula está demonstrando que será outro no segundo mandato. Ele está mais à vontade nos seus contatos com a mídia e na concessão de entrevistas coletivas. A exigência de campanha no segundo turno, quando se expôs mais, deixou Lula menos arredio em relação à imprensa, embora a crítica feita no seu encontro com Hugo Chávez.

Em outro ponto, o Presidente também mostra mais disposição: é no diálogo com as lideranças políticas nessa fase de formar seu ministério, ouvindo governadores eleitos e assegurando base de apoio. Ele está praticamente dispensando intermediários e com eles dialogando diretamente. É outra conseqüência da desenvoltura com que se houve no segundo turno, por força das circunstâncias. Mas que passou a ser vista com reservas pelo comando nacional do PMDB, especialmente Michel Temer, ignorado nas conversações. Até então o jogo político do Planalto parecia bem executado. Mas também pode ser proposital, evitando diálogo com peemedebistas adversários na campanha.

Indiciamentos

Apesar dos sinais de acordo entre governo e oposição na CPI dos Sanguessugas, o senador Amir Lando, relator da comissão, não elimina hipótese de pedir os indiciamentos dos ex-ministros da Saúde Barjas Negri e Humberto Costa. O relatório final pode ser apresentado em dezembro.

Corporativos

O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia, garantiu que a oposição pensa em apresentar pedido de abertura de CPI para investigar o uso dos cartões corporativos pela Presidência. "Se não tivermos as explicações necessárias, recorreremos a uma CPI." O líder pefelista acusa o governo de estar sonegando informações sobre o uso do cartão corporativo.

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