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quarta-feira, 7 de março de 2007

Verde Brasil?

Imagem do país está cada vez mais ligada à delicada combinação entre a produção e o respeito ao meio ambiente.


Aos olhos do mundo, por mais rápidos e desatentos que possam ser, cada país deste planeta vai pouco a pouco construindo a sua imagem. Esse olhar do tipo genérico moldou a China como a grande fábrica do mundo e a Índia como o paraíso do software e dos serviços à distância, para ficar apenas com os dois gigantes do grupo dos chamados emergentes. E o Brasil? Aos olhos deste mesmo mundo, a imagem do Brasil está íntima e definitivamente ligada ao tema do meio ambiente. Provavelmente mais do que um risco, isso será uma grande oportunidade.

O etanol que o diga. Durante muito tempo desprezado pelos próprios brasileiros, o álcool combustível tornou-se o tema principal, por exemplo, das negociações entre os presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois finalmente encontraram uma agenda positiva e podem liderar um esforço continental e até mesmo global para fazer do etanol um elemento importante no cenário mundial de energia. Está bem que Bush estava mesmo precisando de um tema novo e de um amigo confiável, depois de cometer tantos erros no Oriente Médio. Para o Brasil, porém, a oportunidade existe.

Sucessivos governos brasileiros alimentaram certa paranóia na questão do meio ambiente. Nunca se admitiu, por exemplo, incluir o tema do meio ambiente nas negociações comerciais internacionais, sob o temor de que ele esconderia, na verdade, um novo tipo de protecionismo. Pode ser que esconda mesmo. Lobbies agrícolas de vários países não têm o menor interesse em ver o Brasil emergir como uma grande potência agrícola planetária. Por isso, vão mesmo acusar o Brasil de gestos como queimar a floresta para abrir espaço à criação de gado ou a plantações de soja.

A paranóia teve sua razão de ser. Mas será bem mais prudente investir na criação de uma nova imagem para o país. Isso porque os atores da cena internacional não são mais apenas os Estados. Mesmo que, por mágica, se esquecesse o tema do meio ambiente nas negociações comerciais e mesmo que os lobbies agrícolas de outros países deixassem de lado suas críticas ao Brasil, ainda assim nada garante que os produtores brasileiros de carne ou de soja possam mesmo, impunemente, derrubar nacos da floresta para ampliar a sua exportação.

Existe um sujeito novo nesse processo todo, um sujeito interessado em saber para onde vai cada euro ou cada dólar de sua carteira. Os consumidores dos países mais ricos, especialmente na Europa, estão cada vez mais exigentes no que se refere ao respeito ao meio ambiente. Para que ele saia do supermercado levando alguns quilos de carne brasileira, por exemplo, precisará estar convencido de que não ajudou a destruir um pouquinho mais da Amazônia.

Existem muitas notícias exageradas na Europa e nos Estados Unidos a respeito do efeito da produção de alimentos no Brasil sobre a saúde das florestas do país. E os exageros se combatem com mais e melhor informação. Mas não se pode fugir das notícias baseadas em fatos reais. Por isso, especialmente nessa área de produção de alimentos, o Brasil precisará ser cada vez mais transparente e cuidadoso.

Aqui mesmo pode residir uma oportunidade. Existe um crescente mercado no mundo para alimentos em cujo processo de produção se tenha respeitado a natureza. Alimentos orgânicos, por exemplo. Ou soja não transgênica. Também existe um grande mercado potencial para produtos provenientes do manejo equilibrado das florestas. O sucesso internacional de uma empresa como a Natura mostra que existem consumidores dispostos a pagar caro por cosméticos baseados na flora brasileira. Da mesma forma, existe um vasto mercado potencial para madeiras certificadas. E a Amazônia é um vasto campo para uma produção sustentável e equilibrada de madeira, sem danificar a floresta.

Cuidar bem do meio ambiente pode ser um ótimo negócio. Mas é preciso investir bastante na mudança de toda uma antiga mentalidade e no estabelecimento de um amplo leque de tecnologias que permitam a criação e o lançamento de novos produtos no mercado internacional. O próprio processo de produção do etanol ainda pode ser bastante aperfeiçoado, não apenas na busca de maior produtividade como também na construção de um processo ambientalmente cuidadoso e socialmente mais includente.

O etanol pode ser uma ponta-de-lança nesse processo. Ajuda o mundo a reduzir a dependência do petróleo e a enfrentar o problema do aquecimento global. Além dele, o Brasil tem um grande potencial pela frente na construção de uma economia ambientalmente atraente. Inovação, tecnologia e bom senso são instrumentos indispensáveis nesse processo. Uma nova geração de consumidores internacionais demonstra cada vez mais preocupação com o seu bem-estar e com a saúde do planeta. Uma nova geração de empreendedores brasileiros poderia pensar nesse assunto com carinho.Aos olhos do mundo, por mais rápidos e desatentos que possam ser, cada país deste planeta vai pouco a pouco construindo a sua imagem. Esse olhar do tipo genérico moldou a China como a grande fábrica do mundo e a Índia como o paraíso do software e dos serviços à distância, para ficar apenas com os dois gigantes do grupo dos chamados emergentes. E o Brasil? Aos olhos deste mesmo mundo, a imagem do Brasil está íntima e definitivamente ligada ao tema do meio ambiente. Provavelmente mais do que um risco, isso será uma grande oportunidade.

O etanol que o diga. Durante muito tempo desprezado pelos próprios brasileiros, o álcool combustível tornou-se o tema principal, por exemplo, das negociações entre os presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois finalmente encontraram uma agenda positiva e podem liderar um esforço continental e até mesmo global para fazer do etanol um elemento importante no cenário mundial de energia. Está bem que Bush estava mesmo precisando de um tema novo e de um amigo confiável, depois de cometer tantos erros no Oriente Médio. Para o Brasil, porém, a oportunidade existe.

Sucessivos governos brasileiros alimentaram certa paranóia na questão do meio ambiente. Nunca se admitiu, por exemplo, incluir o tema do meio ambiente nas negociações comerciais internacionais, sob o temor de que ele esconderia, na verdade, um novo tipo de protecionismo. Pode ser que esconda mesmo. Lobbies agrícolas de vários países não têm o menor interesse em ver o Brasil emergir como uma grande potência agrícola planetária. Por isso, vão mesmo acusar o Brasil de gestos como queimar a floresta para abrir espaço à criação de gado ou a plantações de soja.

A paranóia teve sua razão de ser. Mas será bem mais prudente investir na criação de uma nova imagem para o país. Isso porque os atores da cena internacional não são mais apenas os Estados. Mesmo que, por mágica, se esquecesse o tema do meio ambiente nas negociações comerciais e mesmo que os lobbies agrícolas de outros países deixassem de lado suas críticas ao Brasil, ainda assim nada garante que os produtores brasileiros de carne ou de soja possam mesmo, impunemente, derrubar nacos da floresta para ampliar a sua exportação.

Existe um sujeito novo nesse processo todo, um sujeito interessado em saber para onde vai cada euro ou cada dólar de sua carteira. Os consumidores dos países mais ricos, especialmente na Europa, estão cada vez mais exigentes no que se refere ao respeito ao meio ambiente. Para que ele saia do supermercado levando alguns quilos de carne brasileira, por exemplo, precisará estar convencido de que não ajudou a destruir um pouquinho mais da Amazônia.

Existem muitas notícias exageradas na Europa e nos Estados Unidos a respeito do efeito da produção de alimentos no Brasil sobre a saúde das florestas do país. E os exageros se combatem com mais e melhor informação. Mas não se pode fugir das notícias baseadas em fatos reais. Por isso, especialmente nessa área de produção de alimentos, o Brasil precisará ser cada vez mais transparente e cuidadoso.

Aqui mesmo pode residir uma oportunidade. Existe um crescente mercado no mundo para alimentos em cujo processo de produção se tenha respeitado a natureza. Alimentos orgânicos, por exemplo. Ou soja não transgênica. Também existe um grande mercado potencial para produtos provenientes do manejo equilibrado das florestas. O sucesso internacional de uma empresa como a Natura mostra que existem consumidores dispostos a pagar caro por cosméticos baseados na flora brasileira. Da mesma forma, existe um vasto mercado potencial para madeiras certificadas. E a Amazônia é um vasto campo para uma produção sustentável e equilibrada de madeira, sem danificar a floresta.

Cuidar bem do meio ambiente pode ser um ótimo negócio. Mas é preciso investir bastante na mudança de toda uma antiga mentalidade e no estabelecimento de um amplo leque de tecnologias que permitam a criação e o lançamento de novos produtos no mercado internacional. O próprio processo de produção do etanol ainda pode ser bastante aperfeiçoado, não apenas na busca de maior produtividade como também na construção de um processo ambientalmente cuidadoso e socialmente mais includente.

O etanol pode ser uma ponta-de-lança nesse processo. Ajuda o mundo a reduzir a dependência do petróleo e a enfrentar o problema do aquecimento global. Além dele, o Brasil tem um grande potencial pela frente na construção de uma economia ambientalmente atraente. Inovação, tecnologia e bom senso são instrumentos indispensáveis nesse processo. Uma nova geração de consumidores internacionais demonstra cada vez mais preocupação com o seu bem-estar e com a saúde do planeta. Uma nova geração de empreendedores brasileiros poderia pensar nesse assunto com carinho.

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