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terça-feira, 19 de junho de 2007

Advogado desmoraliza(é possível?)mais ainda o SENADO


Com ironia e seguro de sua situação como convidado, o advogado da jornalista Mônica Velloso, Pedro Calmon Filho, irritou os membros do Conselho de Ética do Senado com comentários ácidos e manifestações de enfado e impaciência diante da repetição de perguntas que procuravam desacreditar seu trabalho ou criticar o comportamento de sua cliente. Calmon disse que só responderia o que não ferisse seu direito constitucional de advogado e chegou a ameaçar processar o senador Almeida Lima (PMDB-SE), quando ele insinuou que estava mentindo sobre a data em que começou a advogar para a mãe da filha do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O primeiro dos aliados de Renan a protestar contra as maneiras exaltadas do advogado foi o presidente do Conselho e relator interino, Sibá Machado (PT-AC). Ele se irritou quando Calmon reclamou que era a quarta vez que respondia a uma mesma pergunta e disse que o tempo do conselho era “muito caro”. Sibá não entendia que o pagamento de R$100 mil do contestado fundo de educação para a filha de Renan fora pago em dinheiro, e não em cheques, e repetiu perguntas sobre o tema. — Eu já respondi a essa questão quatro vezes, mas acho que o senador não entendeu. Vou responder de novo — afirmou Calmon Filho. — Peço que o senhor não fale esse tipo de coisa! Estou me sentindo ofendido e não vou aceitar. Não tente misturar os papéis. Estamos aqui para trabalhar, de dia ou de noite. Não estamos nem um pouco interessados em comentários — reagiu Sibá Machado. Sem se intimidar, Calmon respondeu que fora ao Conselho espontaneamente para prestar esclarecimentos, lembrando que não era obrigado a estar ali: — Eu sou advogado, não precisava vir aqui e não vou ficar se for para responder a perguntas da maneira que vossas excelências querem que eu responda. Em seguida, travou um bate-boca com Valter Pereira (PMDB-MS), que o acusou de ter forjado, concordado e assinado um “documento de mentirinha”, diante da versão de Calmon de que os dois recibos de R$ 50 mil, que Renan disse serem para o fundo de educação, eram para custear pensões atrasadas. Calmon disse que não responderia mais a suas perguntas. Mas o advogado não perdeu a chance de mais uma vez tripudiar de Pereira, quando ele lhe perguntou se poderia atestar que o dinheiro pago por Renan era de origem legal: — Imagina se vou atestar isso senador! Desde quando dinheiro tem carimbo ou certidão de nascimento? Meu Deus do céu, isso aqui é uma vergonha! — respondeu rindo e balançando a cabeça em direção ao pai, Pedro Calmon, que estava ao seu lado. O momento mais tenso do depoimento foi quando o senador Almeida Lima (PMDB-SE) acusou Mônica Velloso de ter chantageado Renan. Ele ainda leu trechos de bilhetes e e-mails enviados pela jornalista ao lobista Cláudio Gontijo, na tentativa de desmentir a versão do advogado de que sua cliente não era amiga dele. Formalize a acusação que vou processá-lo — ameaçou Calmon. O senador Gilvam Borges (PMDB-AP) ainda provocou protestos da colega Marisa Serrano (PSDB-MS), ao comentar que, desde os tempos de Adão e Eva, as mulheres seduzem os homens. — Registro aqui meu protesto por essa colocação — lamentou a senadora tucana.

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