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terça-feira, 12 de junho de 2007
MST critica Lula e elogia revoluções em Cuba e na Venezuela
O Movimento dos Sem-Terra (MST) iniciou hoje os debates de seu 5º Congresso Nacional, marcados pelas críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por declarações em favor das "revoluções" cubana e venezuelana.
O encontro reúne cerca de 18 mil dirigentes do MST, e é realizado num ginásio de Brasília, transformado em um grande acampamento. O congresso termina na sexta-feira e deve definir as "linhas de luta" do movimento para os próximos cinco anos.
O primeiro dia de discussões foi marcado pelo caráter "combativo" do movimento, por palavras de ordem em favor dos processos "revolucionários" em Cuba e na Venezuela, e por fortes críticas à "paralisação da reforma agrária" no Governo Lula.
Apesar de ser um antigo aliado do MST, Lula se transformou em uma das figuras mais criticadas no início do Congresso. O presidente foi, inclusive, vítima de uma espécie de "veto" dos militantes, que se opuseram à presença dele nas reuniões.
Vanderlei Martini, um dirigente de 27 anos, disse à agência Efe que ministros entraram em contato com a direção do MST para negociar a participação de Lula em um dos debates.
No entanto, o pedido foi rejeitado. O MST alega que deseja "manter sua independência" em relação a um Governo que, segundo Martini, "a cada dia se afasta mais do povo para se aproximar dos grandes empresários do agronegócio e dos banqueiros".
Os sem-terra criticam a suposta estagnação nos planos de reforma agrária durante os quatro anos e meio do Governo Lula.
O Governo Federal afirma que, nesse período, foram assentadas 381.419 famílias de sem-terra. A meta era assentar 400 mil famílias.
Entretanto, segundo o MST, os assentamentos reais correspondem somente à metade do número. O restante diria respeito à regularização de terras já outorgadas anteriormente.
Além disso, o MST alega que o Governo Lula apoiou o cultivo de transgênicos e os projetos para a produção de biocombustíveis, em detrimento dos pequenos agricultores, para agradar latifundiários.
"Não é o MST que está se afastando de Lula, mas é seu Governo que está se afastando dos camponeses", disse Martini, um dos 300 membros da direção nacional do movimento. O MST representa cerca de dois milhões de trabalhadores rurais.
O congresso é realizado no ginásio Nilson Nelson, com capacidade para 20 mil pessoas. Nos arredores, desde terça-feira, há dezenas de barracas, onde os membros do MST dormem, comem, debatem e vendem o que os sem-terra colhe nos assentamentos, como produtos agrícolas orgânicos.
Em clima de harmonia, um grupo discutia hoje os rumos da Venezuela e, em declarações à agência Efe, afirmou que teve início "uma verdadeira revolução popular" no país de Hugo Chávez.
Para Marina dos Santos, da coordenação nacional do MST, o processo venezuelano é muito diferente do observado no Brasil. Para eles, "Lula se viu obrigado a governar com a direita", porque "o Estado brasileiro foi seqüestrado".
Amanhã, no segundo dia de debates, cerca de 1.500 crianças se transformarão na frente de combate do movimento, e farão uma passeata até o Ministério da Educação. Elas exigirão mais apoio às escolas que o MST mantém nos assentamentos.
Enquanto isso, os sem-terra continuarão a redigir o documento que pretendem entregar no Palácio do Planalto na quinta-feira, quando sairão para protestar.
Segundo Vanderlei Martini, a carta que está sendo elaborada pela direção nacional do movimento conterá "as críticas mais duras que Lula já ouviu do MST".Agência EFE
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Um comentário:
Isso é só um jogo de comadres,Lula resolve fácil transferindo para o MST através de uma ONG uma boa parte do nosso imposto pago.
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