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sexta-feira, 27 de julho de 2007

Jobim está para Lula ,assim como FHC estava para Itamar...

Jobim: desagradável premonição


Maurício Terra Dias(extraído da coluna do Cláudio Humberto)


Lendo o Ancelmo Góis de hoje, pude perceber que a arrogante truculência do nosso novo ministro da Defesa não é inteiramente rejeitada pela imprensa, como eu acreditava. Claro, o Ancelmo escreve n’O Globo, e isso deve influenciar de alguma maneira sua avaliação da situação.

O que me chamou a atenção no discurso do ministro não foi a quantidade de gargalhadas expostas pela insensibilidade dos envolvidos na posse (e, naturalmente, na demissão de Waldir Pires), mas a escabrosa semelhança entre a fala de Nelson Jobim, e a fala de Fernando Henrique Cardoso, ainda em Nova Iorque, quando aceitou o Ministério da Fazenda do Itamar Gump.

Me lembro de uma maneira relativamente clara, apesar de todos os meus problemas com a memória, da forma como FHC anunciou sua decisão de aceitar o ministério. Ele fez um minidiscurso em que deixou muito clara a sua intolerância a subalternos faladores, e disse que ninguém estaria autorizado a falar sobre política econômica. "Sobre política econômica falo EU", foram suas palavras textuais.

Me lembro ainda que eu fiquei um tanto enfezado com o Hélio Fernandes, que disse naquela época que a verdadeira pretensão do ministro era a presidência.

Eu pensei mais ou menos o seguinte: "Porra!!! Porque é que o Hélio Fernandes fala este tipo de coisa ? Que embasamento ele tem para afirmar isso ? O FHC é um senador que entrou na carona escandalosa da suplência, é um cara acostumado a contribuir com uma fachada intelectual para as badernas de Lula e sua gangue de terroristas, porque é que ele estaria interessado em concorrer a uma derrota certa para a presidência ? É óbvio que a minha capacidade de análise sempre foi limitada pela quantidade de informações de que disponho (infinitamente inferior à de Hélio Fernandes), sem contar as diferenças de idades e experiências.

Mas o que interessa mesmo, pelo menos agora, é que as duas falas foram muito semelhantes, o que torna a posse do novo ministro desagradavelmente premonitória. Só nos resta torcer (e votar) para que a premonição não se concretize. Caso contrário, se algum descaso do destino nos impuser Nelson Jobim na presidência, é capaz de termos alguém como

Dunga na Casa Civil, só para dar o tom do seu governo. Se bobear, o elemento é capaz até de fraudar novamente a Constituição para atribuir-se poderes ilimitados e eternos.

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