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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

PT envergonhado

Ao contrário dos preços das bananas na feira, o valor das empresas em funcionamento é determinado pelas expectativas de lucro futuro.
Esta conta é feita por meio de modelos de matemática financeira que projetam custos e faturamentos futuros para, depois, trazê-los a “valor presente”, de modo a subsidiar a formação do preço nas operações de compra e venda de ativ o s .
Foi assim, há menos de um mês, que a diretoria da Petrobras explicou na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados a aquisição da Suzano Petroquímica e o preço pago por ela pela estatal.
A compra foi consumada por um valor determinado pelo “fluxo de caixa descontado”, estimado por empresas de consultoria independentes.
Foi exatamente esse o procedimento adotado na venda da Vale do Rio Doce e nas demais 130 empresas privatizadas no Programa Nacional de Desestatização aprovado pelo Congresso Nacional.
A campanha antiprivatização está centrada, basicamente, na disseminação de desconfiança sobre o preço da venda e sobre a destinação dada pelo governo ao dinheiro apurado. Não se fala no processo de formação do preço das empresas nas economias de mercado e, principalmente, na brutal diferença da capacidade de geração de riqueza para o país que acontece nas empresas privatizadas.

Passados dez anos, a Vale gerou 20 vezes mais riqueza em salários, dividendos, royalties, impostos e valorização patrimonial do que se projetava pelos estudos feitos à época do leilão de privatização. Isto não é falcatrua; é sucesso! Se fosse o Lula, teria chamado a privatização da Vale de “PAC da Mineração”, que seria comemorada ruidosamente como mais um feito “nunca antes neste país”.

Aliás, a estabilização da moeda, a abertura e as reformas econômicas, incluindo as privatizações, operaram o milagre de fazer com que as empresas brasileiras com ações em bolsa tivessem, em 13 anos, seu valor de compra, em mercado, aumentado em mais de 12 vezes.

Aprovar num congresso partidário uma resolução que propõe “rever a privatização da Vale” é mais que ignorância econômica, mais que bravata socialista. É isso e muito mais. É assumir que o compromisso do PT com a democracia e com a economia de mercado é relativo e envergonhado.
Como se sabe e já se viu, o mercado precifica e cobra caro por essas bobagens — ainda que não corram o menor risco de se concretizar

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