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quarta-feira, 3 de outubro de 2007

BB abocanha bancos públicos de forma ilegal

O Bradesco mostrou nesta terça-feira interesse por ativos de bancos estaduais e disse que a área jurídica da instituição está investigando a legalidade de incorporações pelo Banco do Brasil .

"Se tiver oportunidade de compra, o banco está sempre propenso a olhar o que tiver", disse a jornalistas o presidente do maior banco privado do país, Márcio Cypriano, antes de reunião com analistas em São Paulo.

Perguntado sobre que segmentos estaria interessado, o executivo disse: "Esses bancos estaduais que ainda têm para serem privatizados".

A declaração ocorre em um momento em que o Banco do Brasil amplia o movimento de assumir bancos estaduais ainda não privatizados.

A União e o Estado de Santa Catarina estão para assinar um acordo estabelecendo os parâmetros da incorporação do Banco de Santa Catarina (Besc) pelo BB.

O BB informou recentemente que também estuda a incorporação do Banco do Estado do Piauí (BEP) e a compra do Banco de Brasília.

"A nossa área jurídica tem levantado o assunto e eles estão entendendo que, ao transferir o controle acionário de uma instituição estadual ou federalizada para o Banco do Brasil, você está efetuando uma privatização. E para uma privatização se exige legalmente uma oferta pública", disse o presidente do Bradesco.

"O Banco do Brasil é economia mista... É como se fosse um banco privado", explicou o executivo.

A folha de pagamento de Santa Catarina foi leiloada no ano passado por 210 milhões de reais. O Bradesco venceu o leilão, mas o pagamento não foi feito por decisão do Supremo Tribunal Federal após questionamento da União, que entendia que a folha deveria permanecer com o Besc.

"O certo seria ter uma privatização ou uma concorrência pública onde você tivesse outros participantes", disse Cypriano.

"Nos pareceres que estamos coletando, tudo indica que é necessário uma licitação para se vender um bem público. Por enquanto a gente vai aguardar e ver o que eventualmente acontece", acrescentou ele.

Reuters

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