Pesquisar este blog

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Governo tenta adiar CPMF e fracassa

Na reta final da luta para tentar aprovar a prorrogação da CPMF no Senado, o governo tentou nesta segunda-feira uma manjada e repetida manobra: adiar a votação, marcada para esta terça, com o objetivo de conseguir mais tempo para pedir votos a favor da manutenção do imposto do cheque. Não conseguiu.

No início da tarde, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), fez circular a notícia de que a votação poderia ser postergada em pelo menos um dia. A desculpa, dessa vez, era o acidente com outra líder, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). A parlamentar quebrou o pulso no final de semana e foi internada no hospital para uma cirurgia de emergência. Ameaçada de não poder contar com a presença dela – cujo voto é governista, contra a CPMF – a base tentou adiar a discussão.

Irritado com a tentativa – a segunda em menos de duas semanas – o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), vetou qualquer possibilidade de empurrar a votação da CPMF para frente (na semana passada, o governo esvaziou o plenário e adiou a discussão para esta terça). "Não se pode tratar uma questão dessa natureza como se fosse uma brincadeira de criança", argumentou Viana. "Da minha parte não haverá adiamento", completou.

O senador acreano, entretanto, fez uma ressalva: "Agora, é claro que, se o governo, por meio de sua base, quiser obstruir, quiser colocar menos de 41 senadores em plenário, regimentalmente eu estarei impedido de colocar a matéria em votação". Não será surpresa para ninguém se a base voltar a esvaziar o plenário nesta terça.

Lula na Luta – Neste começo de semana a tarefa principal do Executivo cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele deve passar boa parte desta segunda e terça-feira ao telefone em contato com os senadores aliados e de oposição para pedir que votem a favor da cobrança do imposto até 2011. Pelas contas do Planalto, Pedro Simon (PMDB-RS), Valter Pereira (PMDB-MS) e Expedito Júnior (PR-RO) já foram "convencidos" a aprovar a CPMF. Mas ainda faltariam uns votos.

Os operadores políticos do Planalto reconhecem que houve um erro de avaliação. O governo achava que poderia compensar as dissidências da base com votos avulsos da oposição. Mas se não vierem todos os votos possíveis da base, o governo perderá. Por isso, Lula vai procurar pelo menos três senadores de partidos aliados: César Borges (PR-BA), Romeu Tuma (PTB-SP) e Geraldo Mesquita (PMDB-AC). Pode até conversar pessoalmente com senadores do PSDB e do DEM.

Enquanto Lula conversa pessoalmente com os senadores, sua equipe articula com governadores. Cogita-se aumentar a fatia de recursos do imposto do cheque para a saúde em troca de apoio à prorrogação. A hipótese é ampliar o porcentual para a área do atual 0,20% para 0,30%. O Planalto também aguarda uma proposta dos governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) que permita reabrir as negociações com a bancada do PSDB. A dificuldade é que a área econômica diz que já avançou o máximo para ampliar o apoio à CPMF no Senado, e os tucanos alegam que a oferta foi tímida.

"Se os senadores do PSDB tiverem uma sugestão objetiva, uma proposta factível, eu me comprometo a defender o diálogo dentro do governo", disse o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), um dos aliados que Lula. "Se não houver isto, será lamentável. Do ponto em que estamos, o governo chega ao plenário podendo ganhar por dois votos, ou perder por um", completou.

Um comentário:

cereal disse...

Contra o jogo sujo do Lula é só jogar também o jogo sujo de colocar 5 Senadores da oposição que tenham sido "convencidos" a votarem pela CPMF e depois de aberta a votação ,votarem contra a contribuição.
A oposição ainda não ganhou a disputa por burrice.