Lula deixou o México, depois da cúpula do Grupo do Rio, e foi direto para Cuba
Foto: Reuters
Em sua quarta viagem a Cuba como presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva chega para um último gesto de apoio político e econômico ao regime dos Castro antes de sair do poder, segundo o jornal espanhol El País. O principal objetivo da visita de Lula seria dar um empurrão em setores estratégicos da economia, como a infraestrutura e o petróleo no momento em que o governo cubano enfrenta problemas de liquidez.
De acordo com o jornal, na agenda de Lula, velho aliado do regime, não há espaço para os dissidentes, que inclusive lhe enviaram uma carta pedindo ao presidente brasileiro que intercedesse por eles, em especial por Orlando Tamayo, pedreiro que após 85 dias de greve de fome, faleceu nessa terça-feira na prisão.
Antes de se reunir com seus "velhos amigos" Fidel e Raúl Castro, esse último à frente do país desde que Fidel adoeceu em 2006, Lula deverá visitar as obras de ampliação e modernização do porto de Mariel, um projeto de extrema importância para Cuba que conta com financiamento brasileiro. Até o momento, o Brasil já investiu US$ 150 milhões dos US$ 300 milhões previamente combinados, mas que podem pode chegar a US$ 500 milhões segundo o jornal El País.
Quem esteve em Cuba recentemente, antes de Lula, foi o ministro da Indústria e Comércio, Miguel Jorge, encarregado de preparar os novos acordos e o conteúdo da reunião do grupo de trabalho Brasil-Cuba, que conta com Lula e Raúl Castro. No ano passado, quando esteve em Cuba, Jorge anunciou como parte das obras de Mariel a construção de novas estradas de acesso e de uma linha férrea.
Segundo matéria do El País, antes de viajar para a ilha, Lula disse que existiam projetos conjuntos de "restaurar a rede de hotéis e as estradas em Cuba", e indicou que a companhia petrolífera brasileira Petrobras também estaria interessada na construção de uma fábrica de lubrificantes em Havana e em continuar com os estudos de prospecção de águas profundas em Cuba.
Conforme o jornal 'El país', politicamente, o apoio de Lula ao governo cubano Lula é absoluto. Pelo menos em público, não se questiona a situação dos direitos humanos, nem existem encontros agendados com os dissidentes, como em suas três visitas oficiais anteriores
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