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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Seria cômico,mas é real e trágico!


Tiririca além da piada

O caso Tiririca, por mais que sirva à galhofa, à minha também, expõe algumas das mazelas do sistema político. Pior: existem leis para coibir a malandragem, mas, provavelmente, serão ignoradas. Analfabetos podem votar, mas não podem ser votados. É claro que a lei faz sentido — na verdade, trata-se de uma exigência essencial. Um parlamentar, em qualquer das três esferas, está sujeito a muitas pressões, a lobbies os mais variados, a interesses de toda ordem. É evidente que a alfabetização, como estamos cansados de ver, não é garantia de moralidade. Mas imaginem o que pode acontecer com um auto-intitulado “abestado”, incapaz de entender o que lê.

Se, como tudo indica, o índice de “acerto” de Tiririca ficou abaixo dos 30%, nem mesmo se pode dizer dele ser um analfabeto funcional. Se empossado, não será dono de seu mandato. O próprio processo eleitoral revela uma forma de inocente útil, embora não se deva descartar, como ele próprio revelou na campanha, que esteja em busca de benefícios para si e sua família. Mas um mandato parlamentar envolve bem mais do que isso. Tiririca ajudou a eleger gente que ele nem sabe quem é e que apito toca.

A demagogia, somada a todas as procrastinações permitidas por lei, tenderá a prevalecer, e ele ainda acabará diplomado, embora já esteja claro, a esta altura, que aquela declaração inicial em que se disse alfabetizado fora forjada. Mandatos de governadores e prefeitos já foram cassados porque se considerou que, num dado momento da campanha, feririam a Lei Eleitoral. Agora, tudo caminha para se dar posse a um deputado federal — o mais votado do país! — que não cumpre uma condição básica da elegibilidade. E tudo porque, afinal, essa seria a vontade do povo. Como se “o povo”, ainda que existisse como ente, tivesse licença para transgredir a lei que ele próprio aprovou por meio do Parlamento. Nem ele tem.

A desmoralização da lei vai se tornando, aos poucos, a norma.

3 comentários:

Camarada Arcanjo disse...

Na verdade caro "Kosel", a nulidade da votação no Tiririca aconteceu no momento da votação, quando o eleitor preferiu "dar um recado" aos capitães do sistema político nacional.
O recado está dado, fato! Porém, acaba ai, no recado.
Um político que não se agrada da leitura, não pode votar em projetos de leis. A compĺexidade do tema afugenta até quem se agrada de ler, mas não se afina com o assunto "leis".
O programa de TV CQC já comprovou div ersas vezes que deputados assinam sem ler projetos de leis ridículos. Estes ainda lêem. Imagine você que o Tiririca vai assinar uma aberração qualquer e repetir, semelhante ao patético Lula depois de assinar o PNDH-3. Afirmou que assinou sem ler.

Camarada Arcanjo disse...

O Tiririca passou no vestibular para legislador!!!
Um juiz de direito garantiu a posse. Isto, considerando que o palhaço acertou 3 de 10 questões, ou seja, um analfabeto funcional agora transformado num legislador do congresso nacional.

Anônimo disse...

Meu caro Kosel

Que fique bem claro que numa urna eletronica não se pode votar num Cacareco, logo, vota-se num assemelhado, como o Tiririca, daí seu milhão e tanto de votos. Puro protesto! E se voce acrescenta uma pitada de judiciário incompetente e lunático, temos a lambança bem feita.
Pobre país o nosso!