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quarta-feira, 19 de julho de 2006

Sensacional-Lula sumariamente defenestrado

Essa matéria traduz meu pensamento e analógicamente ao que aconteceu no referendo de outubro passado,as pesquisas vão dançar:
Lula será defenestrado no primeiro turno-é a minha aposta!

Abaixo matéria do site do jornalista Diego Casagrande:

O MAPA DA VITÓRIA DE ALCKMIN EM PRIMEIRO TURNO
por Paulo G. M. de Moura, cientista político

Assumi o risco de confrontar as manchetes lulistas da grande mídia, que apontavam a vitória do molusco em primeiro turno, muito antes dos analistas do óbvio apontarem para a conformação do cenário eleitoral que começa a se configurar. O que as pesquisas nos estados já apontam e as próximas baterias de pesquisas nacionais devem confirmar? Uma virada eleitoral de Alckmin sobre Lula. As chances de Alckmin vencer a eleição no primeiro turno não podem ser descartadas se o efeito gangorra se confirmar nas proporções em que começa a acontecer. Exagero? A política é, talvez, uma das atividades humanas mais dinâmicas e mutantes. O risco de erro de quem prognostica comportamento político e eleitoral, portanto, é sempre considerável, dada a possibilidade, sempre presente, de interferência do imponderável no curso dos processos sob foco da análise. Um caminho sólido para o analista, portanto, é a perseguição da consistência dos dados sobre comportamento eleitoral. A análise comparada do comportamento dos eleitores em pleitos recentes, contextualizada pelo ambiente psicossocial e socioeconômico vigente, é um bom caminho para o acerto. Em 25 de abril passado, num momento em que todas as manchetes flertavam com a vitória de Lula em primeiro turno, arrisquei prognosticar a vitória de Alckmin em primeiro turno, tomando por base os critérios de análise aqui descritos. Como devido perdão dos leitores pela extensa autocitação, vejamos o que escrevi: “(...) minha intuição está sendo estimulada por alguns dados que provêm da análise do comportamento dos eleitores brasileiros nas últimas duas vezes em que eles foram às urnas (eleições municipais de 2004 e referendo das armas de 2005), e, em parte, por algumas respostas que eles vêm dando a essas pesquisas publicadas. Inevitável constatar que o PT e o governo Lula foram derrotados nas duas últimas vezes em que os brasileiros foram às urnas. Em 2004, com o PIB tendo crescido quase 5% e o escândalo Waldomiro Diniz recém tendo produzido os primeiros arranhões na face do petismo, os candidatos do PT foram derrotados em quase todos os pleitos das regiões metropolitanas dos principais centros econômicos e maiores colégios eleitorais do país. Em todo país, os números da eleição comprovaram a perda de apoio do PT junto à classe média. Mas, dirão os petistas, o que estava em julgamento não era o governo Lula e sim as administrações municipais. É verdade. Mas, os fenômenos da derrota do PT e da perda do apoio da classe média pelo partido de Lula foram nacionais. Em 2005, no apogeu do escândalo do mensalão, os brasileiros foram chamados às urnas outra vez e a derrota do PT e do governo ampliou-se na comparação com os resultados eleitorais de 2004. O mesmo padrão de comportamento dos eleitores em 2004 se repetiu de forma ampliada. O governo se posicionou abertamente a favor do SIM no referendo e foi fragorosamente derrotado. O voto pelo NÃO foi maior nas regiões do país e junto aos segmentos sociais que produziram a derrota de Lula na eleição municipal do ano anterior, e vice e versa, o voto no SIM apresentou desempenho menos pior nas regiões e junto aos segmentos do eleitorado em que a candidatura Lula e os índices de avaliação do governo são melhores. O resultado do referendo foi de aproximadamente 65% pró-NÃO e 35% pró-SIM. Lula tem hoje cerca de 37% das manifestações de intenção de voto no primeiro turno. O governo tentou se dissociar da derrota, mas uma pesquisa CNT/Sensus divulgada em 22/11/2005 sepultou as pretensões palacianas ao revelar que para 51% dos entrevistados o resultado do referendo, com a vitória do NÃO, representou uma derrota do governo Lula, e para 56,4%, a vitória do NÃO representou uma reprovação da política de segurança do governo. Essa mesma reprovação da política de segurança pública aparece em outras pesquisas mais recentes, atingindo negativamente a avaliação de desempenho do governo em áreas de atuação tais como a da política econômica, do combate à inflação, entre outras. A percepção de que a corrupção aumento sob o governo de Lula também é um dado que chama a atenção nas pesquisas. A candidatura de Lula também não estava em julgamento no referendo das armas, e a situação econômica do país está melhorando, alegarão os petistas na torcida pela vitória de Lula. É verdade. Mas, a votação do referendo das armas esteve mais próxima, na forma e no conteúdo, de um julgamento do governo, do que a eleição municipal de 2004. E o resultado que o governo colheu nas urnas piorou na comparação com os números da eleição de 2004. Além disso, não obstante a boa posição de Lula no ranking eleitoral de todos os institutos, o fato é que o debate da campanha eleitoral vai girar: a) em torno de temas (política econômica, políticas sociais, segurança pública, educação, saúde), nos quais o governo de Lula é vulnerável ao descontentamento manifesto dos eleitores; e, b) em torno da guerra de imagens entre os candidatos (competência e preparo para governar, corrupção, etc.), atributos em relação aos quais, convenhamos, Lula deixa muito a dever e Alckmin tem muito mais a mostrar. Alckmin é um “produto” de melhor qualidade do que Lula. É desconhecido do mercado, mas, creio, tem um perfil mais próximo do que a maioria dos eleitores quer, do que Lula. Devidamente estimulado pela propaganda da oposição (desde já e até a eleição), o eleitor poderá dizer um rotundo NÃO a Lula, assim com disse ao seu governo no referendo das armas. Isso, é claro, desde que Alckmin tenha uma estratégia competente de marketing (ver artigo: O vôo de galinha do tucano Alckmin, de 12/04/2006), e que saiba apresentar-se com criatividade no horário eleitoral gratuito, que, goste-se ou não, é a principal fonte de informação política a influenciar a decisão de voto dos eleitores no Brasil. Se acertar o tiro, Alckmin pode vencer Lula no primeiro turno sim. Talvez essa não seja a maior probabilidade, considerando-se o cenário de hoje. Mas quem imaginaria a virada pró-NÃO no referendo das armas até poucas semanas antes da votação?” Há apenas uma variável no cenário atual que pode levar à não confirmação desse prognóstico: a eleição está em curso e os estrategistas de Alckmin e/ou o próprio candidato podem errar. Não é o que se observa. Os estrategistas de Lula estão muitos bem amparados em pesquisas e tentam reagir à ofensiva de Alckmin. Mas Alckmin e seus estrategistas estão acertando. E o vento está a favor. A lógica do jogo está se invertendo. Agora é Lula quem precisa correr atrás do prejuízo, viajando pelo sul e sudeste para evitar o crescimento de Alckmin. Sem descuidar-se dos seus redutos no sul, pois ainda tem margem para crescer por aqui, agora é hora de Alckmin começar a atacar os redutos de Lula no nordeste. Onde especificamente? Os mapas eleitorais de apuração das votações da eleição de 2004 e do referendo das armas indicam o caminho da vitória. Alckmin deve começar sua ofensiva nordestina sobre a classe média das grandes cidades se quiser fazer Lula sangrar votos em seus redutos.

JORNALISTA DIEGO CASAGRANDE


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