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terça-feira, 19 de setembro de 2006

Envolvidos na compra de dossiê para incriminar tucanos receberam dinheiro da União

O assessor da Presidência Freud Godoy, apontado como um dos responsáveis pela compra do dossiê que comprovaria o envolvimento de tucanos na máfia dos sanguessugas, recebeu R$ 79 mil da União. O total é referente a diárias, auxílio moradia e ajuda de custo de 2003 até setembro deste ano. Já a empresa Saneng, cujo dono Valdebran Padilha da Silva também está envolvido no caso, recebeu de 2002 até 2004 cerca de R$ 277,4 mil. Clique aqui, para ver tabela com valores.

Daniel Guimarães Este ano, Godoy embolsou cerca de R$ 16 mil de auxílio moradia. Em 2005, o total pago ao assessor foi de mais de R$ 9 mil. No segundo ano do governo petista, também ganhou pelo auxílio moradia e diárias de viagens mais de R$ 22 mil. Em 2003, ano em que foi nomeado para o cargo, Freud Godoy recebeu mais de R$ 30 mil em benefícios.

A Saneng Saneamento e Construção LTDA, que parou de firmar contratos com a União em 2004, está inscrita como inadimplente no Cadastro Informativo dos Créditos Não Quitados de Órgãos e Entidades Federais (Cadin). Além de tocar obras, a Saneng está cadastrada no site de compras do governo federal como possível fornecedora de mais 400 itens. Para não perder a chance de firmar contratos com a União, oferece materiais de papelaria, de construção, de limpeza, comestíveis e até navios.

Somente em 2002, a construtora que também é armazém dos mais variados produtos, recebeu R$ 127, 6 mil dos cofres públicos. Uma das ordens bancárias mais generosas feita em favor da Saneng em 2002, foi no valor de R$ 36.982,11. O total foi pago pelo serviço de construção da sede da Delegacia Regional do Trabalho em Mato Grosso. Para ver todas as ordens bancárias emitidas em 2002, clique aqui.

No primeiro ano do Governo Lula, a empresa de Valdebran Padilha recebeu um total de R$ 130,7 mil. Entre as ordens bancárias que mais se destacam pelo valor, está a de R$ 63.992,67 pagos pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Em 2004, a Saneng não teve muito êxito nos contratos firmados com a União com um total de R$ 19.132,82. A ordem bancária de maior valor foi de R$ 6.475,02, pagos também pela UFMT. Para ver as ordens bancárias em 2003 e 2004, clique aqui.


Entenda o caso

Na tentativa de incriminar os tucanos Geraldo Alckimin e José Serra, com a compra de um dossiê contendo provas contra os candidatos, foram presos o empresário dono da Saneng e filiado ao PT, Valdebran Padilha da Silva e o advogado Gedimar Passos, também ligado a petistas. O principal envolvido na máfia dos sanguessugas Luiz Antônio Vedoin, também teve prisão decretada no último dia 16 acusado de estar envolvido na negociata.

De acordo com informações da Polícia Federal de Mato Grosso, Vedoin teria cobrado R$ 2 milhões por uma pasta contendo os documentos O encarregado de entregar os documentos a Valdebran e Gedimar em São Paulo Paulo era Roberto Trevisan, tio de Vedoin e ex funcionário da Planam. O tio de Vedoin foi preso perto de Cuiabá, depois da PF ter realizado escutas telefônicas com as combinações. Trevisam foi ouvido e liberado pela PF.

O susposto responsável pela missão, apontado na PF pelo advogado Gedimar Passos, é o assessor da Presidência da República Freud Godoy. O dossiê que continha seis fotografias e um DVD de 23 minutos com imagens dos tucanos na solenidade de entrega das ambulâncias vendidas pela Planam, seria pago com R$ 1,7 milhão.


Aline Sá Teles
Do Contas Abertas
postado por Cris

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