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quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Oposição versus oposição

Adversários do governo não se entendem sobre pedido de impeachment de Lula
Às vésperas da eleição, a ameaça de impeachment volta a rondar o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva. No topo das pesquisas e com chances de se reeleger no primeiro turno, Lula é alvo de ameaças diárias de líderes da oposição. Agora, escorada em uma investigação do Tribunal de Contas da União sobre gastos da Secretaria de Comunicação do governo Lula, a oposição dá sinais de que a eleição não terminará com a abertura das urnas.


Ontem foi a vez de o presidente do PPS, deputado Roberto Freire, engrossar o coro dos que defendem o afastamento.

- Precisamos nos preparar para o impeachment de Lula. A reeleição não lhe dá imunidade.

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, foi o primeiro a retomar a bandeira do afastamento de Lula. O deputado José Carlos Aleluia, líder da minoria na Câmara, também defende a tese de que as urnas não inocentam ninguém.

- Richard Nixon foi reeleito nos Estados Unidos e, meses depois, renunciou porque sofreria impeachment - lembra Aleluia em entrevista ao JB.

O impeachment é um processo político, mas é improvável que aconteça sem respaldo da sociedade. No ano passado, no auge da crise, a mesma oposição que hoje faz ameaças pensou em pedir o afastamento do presidente. A idéia não vingou porque, à época, avaliou-se que o não passaria no Congresso.

- Se houve um momento para isso, já passou. Agora é um despropósito. Seria o golpe dos derrotados - critica Jefferson Péres (PDT-AM), senador da oposição.

Na opinião de Péres, o impeachment representa um outro perigo: a vitimização do presidente e a opção por um governo mais populista.

- Seria um erro trágico para a democracia - conclui.


Em julho do ano passado, quando o mensalão colocou em risco a governabilidade, Lula buscou apoio de movimentos sociais. E conseguiu.

Por ora, os aliados do presidente preferem classificar as ameaças como ''desespero eleitoral''. Avaliam também que as declarações são fruto da crise que se instalou na oposição diante do possível fracasso eleitoral. Mas admitem que, se o clima belicoso da reta final da disputa se mantiver, o segundo mandato de Lula começará com problemas.

- A médio prazo será muito ruim para o país - avalia o presidente do PSB, Roberto Amaral. - É um desespero irresponsável. A elite não está preparada para perder e não tem dúvida em golpear o sistema democrático.
Caso a reeleição se confirme, o próprio Lula iniciará a negociação de apoio junto a setores da oposição que, na avaliação de aliados do presidente, não têm interesse em criar um clima de instabilidade política no país. Seguindo essa proposta, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), é um dos interlocutores visados pelo Planalto. O candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, é outro.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, prefere avaliar a postura da oposição como ''bravata eleitoral''.
Jornal do Brasil

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai, meu Deus... Tão dando munição para ficaram mais por baixo ainda.
O Vilaça do TCU pediu vistas e o negócio vai ser retardado para passar o período eleitoral. Esse PSDB não aprende mesmo... Não tem um corajoso para "colocar o guizo no pescoço do gato", como se diz.
TÔ com Péres, a petesada vai usar muito bem essa "bravata" a favor.

Ciça