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domingo, 17 de setembro de 2006

Polícia anuncia na terça o que todo mundo já sabe:Carla Cepollina matou o Coronel Ubiratan Guimarães

O nome do assassino do coronel Ubiratan Guimarães será conhecido até terça-feira, segundo expectativa da Polícia Civil. Os policiais apostam que revelação virá com a conclusão do laudo necroscópico e com a quebra do sigilo telefônico da vítima e de sete pessoas próximas. Uma reunião entre delegados responsáveis pelo caso, o promotor Luiz Fernando Vaggione, peritos do Instituto Médico-Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) está marcada para o início da tarde de amanhã. No encontro, eles confrontarão as provas testemunhais com as técnicas.

A análise do cadáver vai indicar o horário da morte e se Ubiratan, que havia tomado bebida alcoólica naquele dia, tinha condições de reagir ao assassino. O apontamento da dosagem alcoólica encontrada no corpo da vítima responderá a essa questão. Ontem, policiais diziam que o resultado mostrou 1,6 grama de álcool por litro de sangue, mas a informação não foi confirmada pelo IML. Pelos copos apreendidos no apartamento do coronel, a polícia sabe que ele tomou batida de caju.

A quebra de sigilo vai esclarecer se houve algum telefonema recebido ou feito para os telefones de Ubiratan depois das 20h30 de sábado. Foi nesse horário que Carla Cepollina, de 39 anos, saiu do prédio onde morava o coronel, nos Jardins.

Cronologia

Para a polícia, a cronologia dos fatos que antecederam a morte de Ubiratan é fundamental para a identificação do assassino. Testemunhas disseram à polícia que um tiro foi ouvido entre 19h e 19h30 de sábado.

A informação bate com o testemunho da delegada federal Renata Madi, de 26 anos. Ela disse que recebeu uma mensagem de texto do coronel às 18h54 e que falou com ele pelo celular às 19h10, após ser atendida por Carla.

Nesta chamada, por estar na presença da namorada, Ubiratan disfarçou e prometeu que ligaria para ela mais tarde. Como a ligação não veio, pouco depois das 20 horas Renata voltou a ligar para o telefone fixo do coronel, com quem estaria tendo um recente relacionamento amoroso. Segundo Renata, Carla atendeu a chamada e disse que ele não poderia falar porque os dois estavam discutindo. Meia hora após, ela saiu.

Análise feita nos celulares (dois telefones e um Nextel) da vítima mostram que, depois das 20h30, ele recebeu várias ligações, mas não atendeu a nenhuma. Os policiais precisam ter essa mesma certeza com relação ao telefone fixo do apartamento do coronel. Ontem de manhã, os peritos iniciaram a análise no celular de Carla.

O juiz Richard Francisco Chequini concedeu sexta-feira um prazo de 60 dias para o DHPP concluir as investigações sobre o caso.

Carla estaria recebendo tratamento diferenciado

São Paulo (AE) - O advogado da família do coronel Ubiratan Guimarães, Vicente Cascione, ironizou a forma como a polícia está conduzindo a investigação do assassinato do ex-policial. Apesar de anunciar todos os dias que está prestes a solucionar o caso, a polícia tem agido com extrema cautela - coisa rara em investigações do gênero. “Tenho de admitir que determinadas pessoas são mais iguais do que outras”, disse, referindo-se ao tratamento dispensando à namorada de Ubiratan, Carla Cepol-lina, investigada pelo crime.

“Quem tem padrinho, protetores, determinadas relações, faz com que haja na atividade do Estado - da polícia, do Ministério Público, do Judiciário - muito mais protocolo e diplomacia no contato com acusados do que com outras pessoas”, afirmou Cascione. Ele disse esperar que a polícia aponte o autor do crime na próxima semana.

Desde o início da semana, Carla tem sido levada de casa ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) em carros da polícia, é citada como testemunha e não como suspeita e não teve de fazer exame residuográfico. Além disso, o inquérito policial está sob sigilo absoluto, o que é pouco usual.

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