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sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Alckmin diz que, para crescer, país precisa de carga tributária menor

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, criticou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em entrevista ao GLOBO publicada ontem, disse que o país pode crescer sem cortar gastos. Para o tucano, há várias medidas que precisam ser tomadas para acelerar o crescimento, como a redução da carga tributária.

Alckmin afirmou que é preciso “pôr o dedo na ferida” para resolver o problema fiscal enfrentado pelo país.

— Evidente que o Brasil tem um problema fiscal, que está no centro da questão do crescimento. O país não vai crescer como tem que crescer com uma carga tributária de 38% do PIB. A questão fiscal é pôr o dedo na ferida — disse Alckmin.

— Se ficarmos rodeando e não enfrentarmos os problemas, vamos crescer só 2%, enquanto outros países emergentes crescem 7% — c o m p l e t o u .

Depois de participar de uma missa em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional, acompanhado de sua mulher, dona Lu, Alckmin criticou os gastos do governo e voltou a citar algumas providências que, se eleito, pretende adotar para diminuir o custo da máquina pública.

— Acho que o governo gasta muito e gasta mal. São 34 ministérios, uma quantidade infinita de cargos de comissão, custeio elevado e superfaturamento de obras e de compras.

Evidente que o Brasil tem um problema fiscal — disse o tucano, que estava acompanhado do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

“Nós temos diferenças, principalmente éticas” Nesta semana, tucanos e petistas se envolveram em outra polêmica sobre gastos após a afirmação feita pelo economista Yoshiaki Nakano, um dos coordenadores do plano de governo do PSDB na área econômica. Nakano, em palestra na UFRJ, disse que seria possível diminuir gastos na ordem de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Os petistas acusaram os tucanos de querer cortar gastos sociais, o que foi negado por Alckmin.

O tucano também enveredou ontem pelo discurso anticorrupção e voltou a atacar o governo Lula por sua conduta ética.

— Em relação à questão fiscal eu penso diferente do presidente Lula, e é bom que seja assim. Nós temos diferenças, principalmente diferenças éticas.

Eu não sou tolerante com a corrupção — disse Alckmin.

O tucano voltou a usar a estratégia de associar o presidente aos escândalos que envolveram pessoas do primeiro escalão do governo. Ele reiterou que o governo Lula praticou um crime contra o caseiro Francenildo Costa, quando violou seu sigilo bancário. Francenildo acusou o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de freqüentar a mansão de Brasília onde políticos e empresários negociariam contratos com o governo.

De Aparecida, Alckmin seguiu para Pernambuco, sem avisar a imprensa. Lá, reuniu-se com o senador Sérgio Guerra (PSDBPE), o deputado Heráclito Fortes (PSDB-PI), o senador José Jorge (PFL-PE) e ainda o deputado Raul Jungman (PPS-PE).

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