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terça-feira, 3 de outubro de 2006

Alckmin se posiciona contra reeleição para angariar apoio de Aécio e Serra

Depois de enfrentar o descrédito dentro do partido, Geraldo Alckmin qualificou-se entre as principais lideranças do PSDB na disputa pela Presidência e tenta consolidar em sua campanha o apoio e engajamento de Aécio Neves e de José Serra, vitoriosos na eleição de domingo na disputa por Minas Gerais e São Paulo. Juntos, os dois tucanos conseguiram 19,8 milhões de votos, o equivalente a 49,7% dos conquistados por Alckmin.

Alckmin planeja viagens pelo país com os dois correligionários, campeões de votos em seus Estados. " É importante saber quem é o time porque ninguém governa sozinho. Serra e Aécio são homens públicos testados, importantíssimos e são de dois estados com as maiores populações brasileiras. Então tem enorme peso não só o apoio deles mas também das lideranças (ligadas a eles) " , disse ontem, no comitê de campanha, em São Paulo.

Para garantir o apoio dos dois caciques tucanos, Alckmin acenou logo em sua primeira entrevista coletiva depois das eleições ser contrário à reeleição -posição fundamental para pavimentar a candidatura de um novo nome dentro do PSDB em 2010. " Eu já disse ? n ? vezes que no quadro atual, sem limites, eu sou contrário " , declarou. " Assistimos a um abuso com as medidas de véspera de eleição. Sempre disse: essas coisas não funcionam. A 90 dias da eleição, gastar 1% do PIB não é adequado " .

Como parte da estratégia do segundo turno, o candidato do PSDB deve concentrar sua campanha no Sudeste, onde conseguiu maioria apenas em São Paulo, e no Norte e Nordeste, onde obteve as menores votações. A coligação quer o engajamento também dos outros dois governadores eleitos pelo PSDB, em Alagoas e Roraima, além dos eleitos pelo PPS (Rondônia e Mato Grosso e pelo PFL (no Distrito Federal). " Agora é pé na estrada e fé na estrada " , afirmou Alckmin.

O presidente Lula ganhou em todos os estados nordestinos e liderou a votação em Minas, com 48, 61% contra 41,64% do tucano. No primeiro turno, Aécio causou mal-estar no tucanato ligado a Alckmin, ao demonstrar diversas vezes amizade a Lula e por demorar a engajar-se na campanha nacional do PSDB.

A corrida agora é para conquistar alas do PMDB. Coordenadores da campanha passaram o dia de ontem atrás de novos apoios e conversaram com Michel Temer, presidente da legenda. O PSDB comemorou a vitória de André Puccinelli, do PMDB, no Mato Grosso do Sul, que declarou apoio a Alckmin. No primeiro turno, Luiz Henrique, governador de Santa Catarina, Jarbas Vasconcelos, ex-governador de Pernambuco, e Joaquim Roriz, ex-governador do Distrito Federal também ficaram com o tucano.

O alinhamento de Cristovam Buarque, candidato pelo PDT derrotado nas urnas, com Alckmin começou a ganhar forma de apoio no segundo turno. Ontem, o tucano divulgou uma conversa que teve com o senador e demonstrou que terá o pedetista em seu palanque. Já o apoio de Heloísa Helena, do P-SOL ainda não foi sondado.

A campanha da coligação PSDB-PFL-PPS continuará a explorar os escândalos de corrupção envolvendo o governo Lula e petistas e o dossiê da família Vedoin, comprado por petistas para acusar políticos tucanos de envolvimento na Máfia das Sanguessugas, tão cedo não sairá de cartaz. Nos programas eleitorais gratuitos, que deverão voltar a ser exibidos na quinta-feira, o tucano manterá o tom agressivo. " A sociedade está esperando as respostas de quem é o dinheiro, quem é o dono das contas, de quem é o dólar, como entrou no país. Querem as respostas que ainda não foram dadas " , disse Alckmin. A exemplo do primeiro turno, as críticas serão reforçadas na reta final da campanha. Nos primeiros dias, agradecerá pelo apoio e reforçará suas propostas. " Decisão de voto se faz mais perto da data de eleição " , comentou.

Na análise apresentada ontem por Alckmin, sua chegada ao segundo turno deve-se a uma série de erros de seu adversário. " Houve uma seqüência de escândalos que não foram fatos isolados. Lula teve sua chance. O povo deu a ele sua chance e ele deixou passar " , criticou. " Nós ultrapassamos uma barreira dura, que é a descrença. Agora estamos lá. Chegamos ao segundo turno e acho que no segundo turno o que pesa muito é a rejeição. E a minha rejeição é a menor " .

O enfrentamento direto com seu opositor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deverá ocorrer no próximo domingo, dia 08, às 21h, no debate promovido pela TV Bandeirantes. Alckmin confirmou sua presença e , segundo assessoria da emissora, Lula também confirmou a participação.

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