"Geraldo Alckmin é um pote vazio"

O senador Sibá Machado (PT-AC) disse, nesta quinta-feira (5), em pronunciamento no Plenário, que o candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, precisa usar o segundo turno da campanha eleitoral para dizer ao país a que veio, ao invés de usar "palavras vãs e sem sentido".
- Alckmin diz que vai fazer um "choque de gestão", mas não explica o que isso quer dizer. Não se sabe o que ele propõe para o Brasil - criticou.
Sibá citou texto do sociólogo Emir Sader, no qual este afirma estar em jogo, no segundo turno, sobretudo "a inserção internacional do Brasil, com conseqüências diretas para o destino e o futuro do país".
Sader acredita que, "com Lula, se manterá a política que privilegia a integração regional e as alianças Sul/Sul, que se opõem à Alca [Área de Livre Comércio das Américas] em favor do Mercosul. Com Alckmin, se privilegiariam as políticas de livre comércio: Alca e Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos, com conseqüente isolamento da Alba [Alternativa Bolivariana para a América], enfraquecimento do Mercosul e da Comunidade Sul-Americana, das alianças com a África do Sul e com a Índia, e com Grupo dos 20".
Para Sibá, a aliança PSDB-PFL representa uma "retomada liberal". Ele chamou a atenção para a responsabilidade do Estado com o conjunto da sociedade.
- Nem tudo se resolve a partir dos interesses do mercado, mas Alckmin não está discutindo isso - observou o senador.
Em aparte, o senador João Batista Motta (PSDB-ES) afirmou que o discurso de Sibá era "maravilhoso, mas não tinha nada a ver com a verdade".
- O presidente Lula privilegiou os banqueiros. Deu as riquezas do povo brasileiro só para meia dúzia de empresários - rebateu.Sibá respondeu que quem privilegiou os banqueiros foi Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente pelo PSDB), o que deu início a uma longa discussão entre os dois senadores, que se estendeu até a finalização do pronunciamento do representante do Acre.
Raíssa Abreu / Repórter da Agência Senado