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terça-feira, 10 de outubro de 2006

O novo debate, a 48 horas da eleição, ganha caráter decisivo


Para a oposição, desvendar a origem do dinheiro do dossiê, até lá, é o desafio
A campanha presidencial ganhou outro interesse depois do debate de domingo na TV Bandeirantes, diante da postura mais agressiva do candidato Geraldo Alckmin que surpreendeu a quase todos, incluindo Lula. Era isto que a base oposicionista vinha pedindo ao candidato, desde o início da campanha. Alckmin, no entanto, preferiu outro caminho. Apresentar-se ao eleitorado brasileiro, mostrar sua história e realizações, mesmo tendo a questão ética e uma sucessão de denúncias para explorar. Essa postura chegou a criar problemas internos, fortes discussões sobre estratégias, mas a esperada vitória de Lula no primeiro turno acabou comprometida pelo episódio do dossiê. Mais pelo erro do adversário e menos pelo acerto da linha adotada, Alckmin viu renascer suas esperanças
Já na semana que antecedeu o primeiro turno, o quadro político mostrava mudanças diante de uma série de surpresas. O "caso dossiê" era o assunto dominante, desfavorável ao governo e amplamente explorado pela mídia. Reforçado ainda mais pelas reservas à Polícia Federal que não fechava as investigações em torno da origem do dinheiro usado nessa operação. E, afinal, a surpreendente publicação das fotos do dinheiro apreendido fechava o círculo. Este, mais um fator que não dependeu da ação oposicionista, pois atribuída a uma atitude isolada de um membro da Polícia Federal.

Em resumo, os fatos gerados por petistas, que Lula chamou de "aloprados", mudaram o cenário eleitoral e o segundo turno tornou-se uma realidade, ainda que por pequena margem.

Favorecida por tantos erros do adversário, a oposição criou ânimo novo, a ponto de o seu candidato chegar ao primeiro debate com Lula fortalecido e com mais garra. Era tudo que a oposição queria (há tempos) e Lula não esperava. A disposição de Alckmin acabou identificada pela primeira pergunta que fez ao Presidente, versando sobre o "caso dossiê". A mudança de linguagem e estratégia que PFL e PSDB pediam a Alckmin veio na hora certa para indignação de Lula, que não absorveu a surpresa até agora.


Debate da Globo ganha perfil decisivo


Esse foi apenas o segundo round (o primeiro fora a decisão sobre um novo turno por pequena diferença)O terceiro virá no dia 27 no debate da TV Globo, antevéspera da eleição. E, esse sim, terá um caráter decisivo. O interesse despertado com esses antecedentes; o melhor preparo dos dois candidatos; o alcance da Globo e a proximidade do pleito que, praticamente anula pela falta de tempo, uma recuperação de quem sair mal, dão a esse debate um caráter de pré-decisão.
Lula vai participar com a disposição de uma "revanche" e Alckmin ainda espera que a investigação da PF possa mostrar até lá de onde, afinal, saiu o dinheiro para tentar comprometê-lo. Mais duas semanas serão suficientes para a competente Polícia Federal desvendar o "mistério"?

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