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terça-feira, 14 de novembro de 2006

Apedeuta malha imprensa livre ao lado do pseudo-ditador Chávez



Ao lado do presidente Venezuelano Hugo Chávez num palanque, diante de 30.000 pessoas reunidas para a inauguração de uma ponte rodoferroviária em Ciudad Guayana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou da imprensa brasileira nesta segunda-feira. Disse que, assim como o líder venezuelano, tornou-se 'vítima da incompreensão e do preconceito' de jornalistas, do empresariado, dos banqueiros e de ex-governantes durante as eleições.

"Eu conheço o tipo de críticas que fazem a você (Chávez), é a mesma crítica que faziam a mim. Os banqueiros ganharam muito dinheiro no Brasil e sem dúvida ganham muito aqui também. Alguns empresários ganham muito dinheiro aqui, como ganharam muito dinheiro lá. Mas, se tiverem de fazer uma opção entre você e um outro lá que seja mais próximo deles, não tenha dúvida de que o preconceito fará com que eles estejam do lado de lá", disse Lula.

A primeira viagem oficial de Lula em seu segundo mandato foi para exercer o papel de cabo eleitoral de Chávez, que disputa com o empresário Manuel Rosales a eleição de 3 de dezembro. Chávez prometeu retribuir a visita, em 7 de dezembro. Em seu discurso, falando de improviso, Lula disse ainda esperar que a população cobre mais de seu segundo mandato.'Tenho certeza de que o povo brasileiro, que me deu um voto de confiança, será mais exigente", afirmou.

Antes do discurso, Lula desfilou em carro aberto com Chávez sobre a ponte de 3,2 quilômetros sobre o rio Orinoco. A obra foi construída pela empreiteira Odebrecht. Apesar do comício eleitoral que se seguiria, Chávez afirmou que aquilo não era campanha, mas "integração, estratégia". "Aqui, como no Brasil, muitas vezes somos vítimas de incompreensões, de pessoas que governaram os nossos países durante séculos e séculos e que não aceitam alguém que pense diferente, que queira cuidar do povo", disse.

No Brasil, a oposição criticou atitudes e falas do presidente Lula na Venezuela. "Lula já gastou quase um ano fazendo campanha eleitoral no Brasil e agora vai fazer campanha na Venezuela", protestou José Jorge (PFL-PE), em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

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