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quarta-feira, 1 de novembro de 2006

BRAVO!

Brasília , 01 de Novembro de 2006

Ilustríssimo Senhor Editor Chefe da Revista Veja,

Na qualidade de presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais - FENAPEF -, não poderia me furtar de deixar registrado o posicionamento desta entidade frente aos fatos ocorridos durante o depoimento dos repórteres da Veja. Em primeiro lugar, é preciso registrar que a Polícia federal é a Polícia Judiciária da União, possuindo, portanto, a base legal para ouvir como testemunha qualquer brasileiro para a elucidação de ocorrências tipificadas em leis. Porém, temos o dever cívico de consignar que a forma encontrada para fazer o que lhe é devido legalmente não foi o mais satisfatório e usual. Diante de um fato noticiado como transgressão ou crime, é dever da PF investigar os fatos, mas sempre buscando as mais variadas formas de investigação científica e não tentar “arrancar” de profissionais da imprensa a verdade ou mentiras dos fatos criminosos ocorridos e noticiados. A Constituição Federal que garante a prerrogativa da Polícia Federal para ouvir pessoas é a mesma Constituição que garante o sigilo da fonte para o jornalista poder noticiar o que lhe é narrado por fontes diversas. Se assim não fosse, os grandes escândalos nacionais, que são infinitos e os mais variados possíveis, talvez nunca seriam descobertos, e seus autores estariam usufruindo de uma impunidade infinitamente maior da que já usufruem hoje. Os fatos publicados pela revista que resultaram na convocação dos jornalistas são graves, sim, e precisam ser apurados sem espíritos vingativos ou irascíveis e nunca pressionando os autores da notícia. Portanto, deixo registrado aqui que a maioria esmagadora dos policiais federais do Brasil sabe e entende essas premissas legais, já que a Polícia federal hoje é considerada uma das instituições públicas mais sérias e confiáveis do Brasil. Para que continue a usufruir desse conceito, não podemos aceitar a forma como se deu a oitiva dos repórteres da Veja. Quem Não Quer Que Noticie não Deixe Acontecer. Encerro dizendo que prefiro uma imprensa que publique a notícia sabendo que, se errar, pagará pelos seus erros na forma legal a não ter uma imprensa livre para noticiar . Algumas pessoas precisam entender que a DEMOCRACIA é um regime que traz BÔNUS E ÔNUS, mas, mesmo assim, é e sempre será o melhor regime.
Francisco Carlos Garisto
Presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais