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sábado, 18 de novembro de 2006

Lula: primeiro o compromisso, depois os cargos.

Lula descobriu um jeito de forçar a eleição de seus candidatos à presidência da Câmara e do Senado – Aldo Rebelo e Renan Calheiros, respectivamente. Desde quinta-feira passada, tem dito a alguns interlocutores que pensa em nomear o novo ministério só depois da eleição no Congresso. Ou seja, no ano que vem
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá aguardar a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, no dia 15 de fevereiro, que está dividindo a sua base parlamentar, para fazer mudanças definitivas na equipe de governo. Essa hipótese foi admitida ontem por Lula durante reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o senador José Sarney, no Palácio do Planalto. Antes de fazer a partilha dos cargos, Lula exige o compromisso dos partidos com o governo de coalizão, que pretende formalizar com base em um documento oficial, uma espécie de agenda nacional.

No encontro com os dois senadores, seus principais interlocutores no PMDB, Lula reafirmou o desejo de contar com a oposição no governo de coalizão. Não para participar do governo, mas para ajudar no esforço de aprovar medidas consideradas necessárias. Ele disse que vai procurar os opositores e citou nominalmente o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).

“Um governo de união nacional seria ótimo para todos”, disse Renan Calheiros, considerando possível um entendimento com a oposição. Na próxima quarta-feira, Lula terá sua primeira reunião formal com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). O presidente vai se encontrar também, na semana que vem, com o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que lançou sua pré-candidatura ao comando da Câmara. O presidente, por sua vez, não esconde de interlocutores sua preferência pela reeleição do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) no cargo.

“Quanto mais o presidente conversar será melhor para todos”, afirmou Renan, acrescentando que, depois da crise política que abalou o governo, Lula quer criar agora um ambiente político propício antes de deflagrar o processo de nomeações. “Ele não tem prazo para fazer a composição de governo”, completou Renan, que elogiou essa nova estratégia. O senador garantiu, portanto, que não se tratou de cargos na conversa de hoje. Mas outros aliados do Planalto contaram que Lula se queixou da pressão por mudanças.

No mesmo discurso feito na véspera à direção nacional do PT, o presidente pediu aos senadores do PMDB que tentem resolver os problemas internos no partido para depois fazerem reivindicações A queixa veio à tona quando os três comentaram sobre a reunião dos governadores do PMDB, realizada em Florianópolis, que acabou esvaziada pela ausência de quatro dos sete governadores eleitos pelo partido.

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