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quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Lula vai a Temer

Preocupado com o andamento das negociações com o PMDB, que pode implodir seu projeto de coalização, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu chamar ao Planalto o presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP), para tratar da participação do partido no futuro governo de coalizão.

Para que o encontro não fique restrito a Temer, com quem Lula está rompido há mais de um ano, a idéia é fazer uma reunião com toda a executiva nacional, abrindo a negociação institucional com o partido ao mesmo tempo em que o presidente amplia sua interlocução com os peemedebistas.

Lula já foi alertado de que há uma rebelião em curso na bancada peemedebista da Câmara, que não aceita que a interlocução seja feita pelo trio composto pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador José Sarney (AP) e o deputado Jader Barbalho (PA).

Na mesma linha de Temer, que na quarta-feira fez um protesto público contra “as conversas de natureza pessoal, em detrimento da relação institucional com o PMDB”, um grupo expressivo da bancada federal sente-se alijado da interlocução com o Planalto e articula um movimento para desautorizar a atuação do trio em nome do partido.

A revolta deve-se não só ao monopólio da interlocução, mas a predileção de Lula por peemedebistas que são considerados mais da cota pessoal do presidente do que do partido, como Nelson Jobim, cotado para a pasta da Justiça ou Articulação Política. “Sugeri ao presidente que busque trazer todo mundo, oferecendo a todos condições de conversar com dignidade”, conta o deputado Geddel Vieira Lima.

Ele e o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT) e o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, acreditam que neste encontro, previsto para a próxima semana, Lula deverá apresentar ao PMDB as principais medidas que pretende submeter ao Congresso no segundo mandato, para que o País possa crescer em ritmo mais acelerado e com o vigor necessário.

Só a partir dessa iniciativa Lula começará a definir o espaço de poder do PMDB, que além da disputa interna está em guerra aberta com o PT por cargos na Esplanada dos Ministérios. Lula entra no circuito para abortar a rebelião dos deputados, que só serviria para dividir mais o partido e dificultar a montagem do governo de coalizão.

Temer também levará ao Planalto uma posição oficial dos sete governadores peemedebistas, que se reúnem com ele nesta sexta-feira, em Florianópolis. Além de discutirem uma agenda nacional, os governadores também estão incomodados com o fato de o presidente ter restringido a interlocução no partido. “A negociação precisa ser conjunta. Por que só os três vão ao Planalto?”, perguntou o governador eleito de Mato Grosso do Sul, André Puccinel-li. Ele está pedindo um encontro formal do presidente com todos os governadores eleitos pelo partido, os líderes e a cúpula do PMDB.

Muda

Lula pode mudar a coordenação política de seu governo para o segundo mandato. O governador do Acre, Jorge Viana, está contornando algumas arestas políticas para se habilitar a ocupar o Ministério das Relações Institucionais, substituindo o ministro Tarso Gen-ro, que seria deslocado para uma outra pasta do governo.

Um dos petistas mais leais ao presidente Lula, Jorge Viana está tentando superar os problemas que criou na campanha eleitoral, quando se indispôs com o senador reeleito José Sarney (PMDB-AP).

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