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quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Ser deputado nestepaiz é sorte grande para o espanhol El País



Câmara dos Deputados: quem está lá dentro ganha muito bem.

Um dos mais respeitados jornais da Europa, o diário espanhol El País destacou, em sua edição de ontem, “a sorte de ser deputado no Brasil”. O jornal afirma que os parlamentares brasileiros estão entre os mais bem pagos do mundo. A reportagem ressalta que “entre salário e diárias, cada deputado pode chegar a receber R$ 92,9 mil mensais”.

O jornal compara os rendimentos dos parlamentares brasileiros com o salário mínimo do trabalhador, observando que o elevado valor recebido por um congressista acontece “em um país onde o salário mínimo é de cerca de R$ 350 por mês”. O valor levantado pelo jornal espanhol inclui salário e todas as verbas adicionais a que os parlamentares têm direito.

De acordo com cálculo do jornal espanhol, os deputados recebem R$ 92,9 mil entre salário e pagamentos extra: R$ 12,4 mil de salário, R$ 50 mil para pagar assessores, R$ 3 mil para habitação em Brasília, R$ 4,2 mil para envio de correspondência, R$ 15 mil para indenizações, R$ 15 mil para pagar um escritório em sua base eleitoral e R$ 8,3 mil para passagens de avião.

O diário europeu também destaca que o Congresso coloca à disposição dos parlamentares brasileiros um livro - Manual do gabinete parlamentar - de 330 páginas com informações de uso exclusivo dos deputados.

El País também lembra que, apesar do valor alto que os parlamentares recebem, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB), apresentou projeto que aumenta em 100% o salário dos deputados, de R$ 12,4 mil para R$ 24,2 mil, equiparando-o ao que ganham membros do Supremo Tribunal Federal.

Orçamento

A Camara dos Deputados abriga um contingente de 513 deputados federais, o que multiplicando o valor que cada deputado recebe por ano por este número, chega a uma pequena fortuna. Para fazer frente a esta demanda, a Câmara Federal tem um orçamento que faz inveja à maioria dos prefeitos. O orçamento previsto para 2007, de R$ 3,387 bilhões, só é inferior ao de três capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Todo este recurso será usado para pagar pessoal, arcar com a manutenção da Casa e investir em obras. Esta é uma das razões, além do prestigio político e ser o segundo na sucessão presidencial, que faz o cargo de presidente da Câmara ser tão cobiçado. A disputa pelo cargo tem outros componentes. Cabe ao presidente da Câmara, por exemplo, aceitar ou recusar o pedido de abertura de processo de impeachment do presidente da República, que não pode ser feito por partidos - deve partir de representantes da sociedade civil ou de parlamentares.

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