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quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Só agora?!



Eliane Cantanhede, da Folha, chora lágrimas de sangue por estar recebendo emals ofensivos dos lulistas. Só agora? Por onde andava Mrs.Cantanhêde? Há muito tempo os não-lulistas, os que discordam dos métodos do Governo Quadrilheiro, são agredidos. Nos blogs, tais práticas são comuns. Parte do trabalho dos blogueiros é eliminar dos comentários aqueles que são chulos e ofensivos.
Muitos jornalistas, por leniência e apego ao politicamente correto -que se resume à aprovação ou mera complacência a tudo que Lula e o PT dizem e fazem- ignoraram a agressividade petista, até que esta agora chegou aos seus quintais. Era fatal que isso ocorresse. Trata-se de um método, e não de um acaso. Só não viu quem não quis ver.
Começou mal
Enquanto Lula faz pose de estadista e fala manso em todas as TVs, pedindo uma trégua à oposição em nome da governabilidade, do bem do país, da tranqüilidade dos brasileiros e não sei mais o quê, o tom no PT é muito diferente. O ministro da articulação política, Tarso Genro, e o presidente do partido e coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, metem a ronca na imprensa, incentivando, indiretamente, uma reação raivosa contra os jornalistas. Você, leitor, não tem idéia dos e-mails que os petistas que não têm nada de "paz e amor" fazem circular pela internet e mandam aos montes para jornalistas, inclusive para nós, colunistas da Folha, agressivos e, não raro, injustos.Num e-mail, um alucinado me chamou de "vaca nazista" por considerar que, ao registrar e comentar todos os escândalos produzidos no primeiro mandato de Lula, eu seria "antilulista", "antidemocrática", "da direita e da elite". Há um oceano entre o discurso de Lula e os desses lulistas, como há um oceano entre os fatos e as versões, que não reconhecem o parecer do procurador-geral da República, acusando a existência de "uma quadrilha", nem a compra de partidos e parlamentares, nem compra de dossiê, nem os processos contra os ex-ministros Palocci e Dirceu. Essas coisas não são e não foram criação de jornalistas, muito menos dos colunistas da Folha. São fatos, estão sendo apurados e divulgados, como em todos os governos pós-ditadura militar. Jornalistas não somos santos. Mas querer transferir responsabilidades e partir para a ignorância não leva a nada. E atrapalha, muitíssimo, qualquer tentativa de pacificação do clima político, como deseja -e precisa- o próprio Lula. Críticas, sim, até porque nós somos muito críticos e temos de saber ser criticados. Mas não a agressões e palavrões, muitos deles anônimos e duplamente covardes.