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quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Somente ontem à tarde o governo reconheceu a “operação-padrão” dos controladores de vôo. E descobriu que os civis é que lideram o movimento.

Um ministro da defesa incapaz detona os militares , traz caos à população civil e prejuízos a empresas que utilizam fretes aéreos
O Comando da Aeronáutica implementou ontem um plano de emergência para tentar pôr fim ao colapso que, desde sábado, já provocou o atraso de mais de 1.500 vôos no Brasil. A principal medida foi a convocação de 150 controladores de tráfego aéreo de Brasília, sendo que pelo menos 40 ficarão aquartelados em alojamentos ao lado do Cindacta 1, na Base Aérea.

Ontem, até as 19h, um em cada três vôos atrasou, ou seja, 481 decolagens (35,5% do total). A média de atraso foi de duas horas e também houve cancelamentos, cujo número não foi divulgado pela Infraero.

É a segunda intervenção militar na crise. No feriado de Finados, a Defesa Aérea assumiu o controle dos vôos da FAB, resultando em um duplo controle do tráfego.

O apagão aéreo provocou ontem a primeira baixa entre os militares: o coronel Lúcio Ney Rivera da Silva, comandante do Cindacta 1, principal centro de controle do país, foi substituído pelo coronel Carlos Vuwk de Aquino, da chamada linha dura da Aeronáutica.

Ele foi convocado para tentar enquadrar os controladores, segundo fontes do centro, e assumiu ontem mesmo.

Rivera foi convocado pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, para ser seu assessor especial, mas fontes militares disseram que isso ocorreu para não deixar evidente sua queda. A Força Aérea disse que a mudança não tem relação com a crise.

Concurso e contratação foram autorizados O acirramento dos ânimos dos controladores levou o governo a aceitar discutir a desmilitarização do sistema nacional de tráfego aéreo, com subordinação direta da categoria à Defesa. Ontem, após reunião convocada às pressas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Defesa, Waldir Pires, anunciou a criação de um grupo de trabalho, com participação dos controladores, que apresentará, em 60 dias, diagnóstico e solução para a crise.

A discussão do tema é uma das reivindicações da categoria, que teve outra demanda atendida ontem: o Diário Oficial da União publicou a autorização de concurso para contratar 64 controladores de vôos civis. Segundo a Aeronáutica, o edital será publicado o quanto antes. E o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a contratação, sem concurso, de 60 ex-controladores militares da reserva ou civis até o fim de 2007.

Os controladores do Cindacta 1 aquartelados ficarão de plantão no local conhecido como para oficiais em trânsito. Os demais profissionais também ficarão de sobreaviso, mesmo quem está na escala de folga ou de licença médica.

Essa medida é um pouco mais extensa que a adotada na primeira fase da crise e, mais uma vez, irritou os controladores, cujo descanso será reduzido.

O procurador militar Giovanni Rattacaso foi escalado para acompanhar a execução do plano e detectar possíveis abusos de autoridade e sobrecarga de trabalho: — Houve denúncias de que controladores foram detidos (em Finados), alguns até algemados.

Hoje (ontem) dei meu celular para todos eles e disse que estava aqui para garantir os seus direitos.

O Comando da Aeronáutica negou, em nota, a possibilidade de submeter os controladores a cargas abusivas: “toda a legislação referente à jornada de trabalho e períodos de descanso continuará sendo cumprida normalmente”. Mas controladores ouvidos pelo GLOBO se mostraram céticos: — Eles estão querendo que quebremos as normas mas, se um acidente acontecer, a bomba vai estourar no colo de um controlador — disse um profissional que pediu anonimato.

Medidas emergenciais podem ser renovadas O plano de emergência evidencia a falta de pessoal no setor. Para o chefe da área técnica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Álvaro Luiz Pinheiro da Costa, a situação deve continuar crítica até meados de 2007. Ele disse que algumas medidas emergenciais, como a proibição dos jatinhos nos horários de pico e a expansão do horário de Congonhas, previstas para acabar no fim deste mês, podem ser renovadas.
Crise até o final do governo Lula
Pires afirmou que Lula está “muito ansioso e preocupado” com o caos nos aeroportos.

Perguntado sobre um prazo para a normalização, foi dúbio: primeiro falou em 60 dias, depois disse esperar que a situação melhore em 24 ou 48 horas. Ele evitou comentar a decisão de manter de prontidão os controladores.

— Não deve haver e não haverá necessidade (de aquartelamento) — disse Pires.


Já cogitei todas as hipóteses de atraso. O setor vive uma grande insegurança. Não sei quando isso vai acabar.

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