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sábado, 23 de dezembro de 2006

Pacotão econômico e troca de ministros

O governo vai protelando, mas ultrapassadas as festas de fim de ano e empossado, não terá como ganhar mais tempo para definir sua equipe ministerial e seu plano econômico. A primeira está ligada à consolidação da coalizão partidária e de certa forma às equações para presidências da Câmara e Senado. Lula quer segurança de sua base aliada, que parece cada vez mais integrada. Quanto ao pacote econômico há mais de uma versão, uma das quais liga o adiamento aos novos níveis do salário mínimo, que geram gastos maiores para a Previdência.


Outra que o Presidente exigiu um melhor detalhamento. Ontem mesmo, o ministro Tarso Genro teve o cuidado de desfazer outra versão. A de que tenha sido conseqüência da insatisfação com as medidas a serem anunciadas."Ele pediu apenas que elas sejam mais aperfeiçoadas", esclareceu Tarso Genro. Garante o ministro que o presidente quer é um maior conhecimento das medidas, antes de anunciá-las.

"O presidente foi extremamente exigente em relação aos detalhes das medidas e os resultados que elas vão trazer," acrescentou o ministro. Lula tem uma idéia fixa, o crescimento econômico, por isso suas exigências. Aumentar o PIB envolve até mesmo compromissos assumidos na campanha.

Segunda coroação do Apeduta

Já é conhecido o roteiro de posse de Lula no dia 1º de janeiro. De acordo com a assessoria, será uma cerimônia simples e sem a presença de Chefes de Estado. Lula sairá do Palácio da Alvorada e irá direto para a Catedral de Brasília, às 15h45. De lá seguirá em carro aberto para o Congresso Nacional, acompanhado do vice-presidente, José Alencar. As esposas de Lula e Alencar estarão presentes.

No Congresso Lula vai fazer pronunciamento por volta de 16 horas. Ao final da sessão, que deve durar uma hora e meia, Lula e Alencar passam em revista as tropas. Às 18 horas, começará a cerimônia no Palácio do Planalto. O Presidente subirá a rampa já com a faixa, seguindo para o parlatório, onde fará um discurso para mais de mil convidados. Dentro do Palácio, estarão somente ministros, secretários-executivos, governadores, prefeitos e representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Uma das novidades é a decisão de não convidar nenhum chefe de Estado, apenas as representações diplomáticas, em virtude da data, próxima à festa de fim de ano. Lula pediu aos ministros que convidassem pessoas que simbolizem algumas das principais políticas do governo. Seria o caso de pessoa que passou a ter luz em casa por causa programa Luz para Todos, uma chefe de família que tenha devolvido o cartão do programa Bolsa Família porque melhorou de situação econômica, outros ligados ao programa do biodiesel e assim por diante.

Após a cerimônia, terá início a parte cultural. Estão previstos shows com artistas como a banda baiana Oludum, um grupo de percussão formado por surdos, chamado Surdodum, a sambista Lecy Brandão, a dupla sertaneja Zé Mulato e Cassiano, e outros artistas.

Em resumo, será uma posse sóbria com poucas despesas. Para o público serão montados telões em frente ao Congresso Nacional e na Praça dos Três Poder

Pacotinho "Feliz 2007"



Entre as medidas mais polêmicas em estudo, o governo pensa em criar um imposto de 0,5 a 1% sobre os salários acima de R$ 4 mil. O valor seria destinado a um mega-programa de construção de casas populares. Os fundos de investimento, com depósitos acima de R$ 50 mil, também seriam sobre-taxados e os recursos destinados a programas sociais produtivos. As medidas de impacto seriam anunciadas esta semana pelo presidente. Mas ele preferiu adiá-las, temendo que o governo fosse tragado pela onda negativa da repercussão dos 90,7% do aumento salarial dos deputados e senadores.

O governo também pretende mudar as regras da caderneta de poupança. Não haverá confiscos – como se comenta em boatos via Internet. A idéia é criar uma nova modalidade de aplicação, combinada com títulos de capitalização de curto prazo. A poupança daria maior remuneração a aplicações de três a seis meses. Mas o poupador ficaria proibido de retirar o dinheiro durante este período, sob pena de perder a remuneração em juros e correção. A grande alteração seria na destinação e na possibilidade maior de uso dos recursos dos poupadores – atualmente restrita ao financiamento imobiliário. Parte do dinheiro financiaria a Saúde ou socorreria a Previdência.

Se pensa em taxar ainda mais os mais ricos, o governo estuda medidas para agradar a classe média e baixa. Um dos projetos é retirar os impostos sobre artigos de primeira necessidade, como a cesta básica, a exemplo do que já fizeram alguns estados. A regra seria nacional, aprovada pelo Conselho de Política Fazendária (o Confaz). Além disso, seriam reduzidos os impostos sobre eletrodomésticos e eletroeletrônicos, como fogões, geladeiras, máquinas de lavar, televisores, computadores e aparelhos de áudio e vídeo. A intenção de Lula é aumentar o poder de consumo do seu eleitorado, agradando aos segmentos econômicos que agora lhe dão sustentação na indústria, no comércio, na construção civil e no sistema financeiro.


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