Pesquisar este blog

sábado, 23 de dezembro de 2006

Aeronews

Times:"Pilotos americanos são bodes expiatórios de crise no sistema aéreo tupiniquim":

"Desde o começo, estava claro que os pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paladino não eram os principais culpados pelo trágico acidente", afirma a reportagem, que cita a fala do porta-voz da Polícia Federal, Bruno Craesmeyer, que teria admitido que a PF "reconhece que os pilotos não são responsáveis pelo acidente, que tem causas muito mais sérias.

De acordo com a revista, o advogado dos pilotos no caso, Theo Dias, afirmou que a decisão da justiça brasileira de indiciá-los é "prematura, irresponsável e absurda". A partir do momento que as investigações começaram, segundo a "Time", as autoridades passaram a "apontar o dedo" para possíveis culpados.

Para a revista, os pilotos foram encarados como "amadores que voavam na altitude errada, ignorando a ordem dos controladores, fazendo manobras sem cuidado e mudando o plano de vôo sem notificar a torre de controle". Além disso, Lepore e Paladino não teriam percebido que o aparelho anticolisão não estava funcionando.

O porta-voz da PF teria afirmado, a partir das investigações, que os dois pilotos "não perceberam que o transponder não estava funcionando e não tomaram nenhuma atitude".

A "Time" ressalta ainda que o acidente transformou-se em uma crise institucional, com controladores de vôo fazendo operação-padrão, o que acarretou na crise do sistema aéreo. Problemas com os rádios de transmissão chegaram a suspender o tráfego aéreo brasileiro, fazendo com que vôos fossem cancelados e passageiros não conseguissem embarcar.

A revista explica que, como resposta à crise, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu a contratação de 60 novos controladores de vôos. Porém, a revista destaca que, apesar das medidas tomadas pelo governo, as filas continuam nos aeroportos

Metade dos vôos previstos atrasam e 40 são cancelados

Conforme se previa desde o início da crise no setor aéreo brasileiro, que já dura mais de dois meses, os aeroportos do país apresentaram novos atrasos e cancelamentos de vôos às vésperas das festas de fim de ano, irritando os passageiros que passaram horas em filas e salas de embarque. No início da noite desta sexta-feira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) contabilizava 583 atrasos superiores a uma hora nos 1214 vôos programados para o dia – ou 48%. Além disso, houve 40 cancelamentos durante a sexta-feira.

Para a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), este foi o segundo pior dia desde o início da crise na aviação brasileira, após o acidente com o avião da Gol, em 29 de setembro. Segundo a empresa, a situação nos aeroportos nesta sexta só não foi pior do que a da chamada “terça-feira negra”, no dia 5 de dezembro, quando uma pane no sistema de comunicação dos controladores de vôo gerou tumultos semelhantes

A exemplo da Anac, a Infraero também considerou que a situação mais crítica é a dos passageiros da TAM. Devido a atrasos acumulados desde quarta-feira, quando seis aeronaves da companhia foram retiradas de circulação pra operações de manutenção, a empresa chegou a oferecer 500 reais para passageiros que tiveram vôos cancelados no Aeroporto do Galeão, no Rio. No mesmo terminal, houve um início de tumulto quando passageiros bloquearam a entrada da sala de embarque - a polícia teve de ser acionada para contê-lo.

Em outras cidades, e em vôos de outras companhias, também houve atrasos e cancelamentos. Nos terminais aéreos de São Paulo, foram formadas longas filas nos balcões de check-in. Em Brasília, cerca de 30 passageiros invadiram a pista e sentaram no chão. A manifestação durou dez minutos. A Polícia Federal foi chamada, conteve o protesto e retirou os passageiros do local

Apedeuta aciona FAB
A FAB anunciou nesta sexta-feira que vai disponibilizar aviões para transportar os passageiros que enfrentam atrasos nos aeroportos brasileiros

A Aeronáutica não divulgou detalhes sobre a utilização das aeronaves. A nota diz, apenas, que os aviões foram disponibilizados de forma emergencial para "complementar às capacidades das empresas aéreas no atendimento da elevada demanda do período".A determinação partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo nota oficial divulgada pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, as despesas decorrentes do “empréstimo” dos aviões da FAB serão indenizadas pelas companhias aéreas.

Segundo informações da Agência Estado, a FAB deve ceder oito aeronaves à aviação comercial: dois Boeings 707, conhecidos por “Sucatão”; dois Boeings 737-300, os chamados "Sucatinhas", que servem como aviões-reserva do presidente da República; e mais quatro jatos EBM 145.

Os 707 ficam no Rio de Janeiro, e serão utilizados para amenizar as crises no Aeroporto Internacional do Galeão. Ambos comportam mais de 100 pessoas a bordo. Já as outras seis aeronaves serão deslocadas de Brasília para São Paulo, afim de desafogar os Aeroportos de Congonhas e Cumbica. Segundo a agência, o número de assentos dos “Sucatinhas” não passa de 40, e os EBM 145 também levam apenas 45 pessoas.

A idéia de utilizar aviões da FAB surgiu na noite desta quinta, quando parlamentares solicitaram as aeronaves oficiais para poderem retornar aos seus estados sem enfrentar atrasos e cancelamentos de vôos. Entretanto, os políticos desistiram da idéia por temer que o pedido repercutisse mal para a imagem do Congresso.

Nenhum comentário: