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sexta-feira, 20 de abril de 2007

Jereissati vai ao Planalto fala uma hora e meia com Lula, mas diz que PSDB não muda


Para o dirigente tucano foi um momento de "maturidade da democracia"

Um dia depois do governador tucano, José Serra, ter freqüentado o gabinete do presidente Lula, ontem foi a vez do presidente do Partido, Tasso Jereissati. Serra tratou de questões administrativas, segundo a agenda, mas Tasso acabou dando uma expressão política ao encontro, afinal é o dirigente do maior partido de oposição.

Lula se reuniu com o presidente do PSDB, Tasso Jereissati. Encontro durou mais de uma hora.

O encontro articulado pela senadora Roseana Sarney surpreendeu principalmente ao PFL, mas pelas informações e declarações posteriores não teria envolvido maiores comprometimentos no campo político. Para a estratégia que desenvolve Lula somou, para o senador tucano significou oportunidade para um debate sobre algumas questões administrativas do Nordeste, mas sobretudo colocar em evidência as discordâncias sobre a prorrogação da CPMF nos termos em que está, entre outros temas.

O encontro durou mais de uma hora e, evidentemente, teve uma pauta maior do que a revelada, mas reforçou a diferença de tom oposicionista entre tucanos e democratas, ex-pefelistas, atualmente.

Para Tasso, "o encontro demonstra um momento de maturidade na democracia do país. A relação civilizada e de diálogo entre oposição e governo não deveria ser motivo de surpresas. Fazer oposição não é xingar, gritar, ameaçar. É estar contra no momento certo".

Quanto à linha de atuação do PSDB no Congresso, Jereissati fez questão de dizer que a oposição "não vai recuar nenhum milímetro" na defesa de seus interesses no Congresso. Toda oposição que tiver que ser feita, será feita", garantiu.

Pelo que transpirou, Lula referiu-se a Fernando Henrique num tom ameno, mas não deu sinais sobre um possível encontro com ele e abordou também as boas relações com governadores tucanos, especialmente José Serra e Aécio Neves.

CPI não

Apesar do momento político estar envolvido pelo debate em torno das CPIs sobre o Apagão Aéreo, Jereissati também garante que o problema não entrou na conversa, tendo o Presidente reconhecido o direito da oposição de querer investigar: "Ele disse que respeita a nossa posição de instalar a CPI. Ele fez essa observação no final do encontro", disse Tasso.

Outro ponto da conversa foi a reforma política e Lula disse a Tasso que vai mostrar à oposição a proposta do governo para que sejam analisados os prós e contras.

Outros temas

Tasso levou ainda a esperança de que o governo poderá rever vetos ao projeto da Sudene. Lula ainda teria assegurado que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai discutir com governadores a definição da receita líquida dos Estados, mas sobre a CPMF não houve nenhum acordo: "O presidente disse que a prorrogação das CPMF e da DRU é essencial para a governabilidade do país nos próximos anos, mas coloquei as nossas restrições sobre o projeto. O PSDB defende a redução gradativa da alíquota e a partilha da arrecadação da Cide com municípios", revelou o dirigente do PSDB.

O presidente nacional do PSDB fez questão de dizer também que o encontro não mudará a linha do Partido, embora observando que “a relação civilizada entre governo e oposição não deveria ser vista como surpresa, pois é bom para a democracia. Mas ele não significa que há um milímetro de mudança na nossa posição. Continuaremos a fazer toda a oposição necessária”.

Decisão da Executiva

Antes do encontro, A executiva Nacional do PSDB tinha decidido que não se envolverá na discussão sobre o fim da reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos, um tema polêmico que já mereceu posicionamento dos governadores José Serra e Aécio Neves. Para o deputado José Aníbal "Isso não é pauta do partido, precisamos trabalhar é pela reforma política".

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