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terça-feira, 5 de junho de 2007

DEM e PSDB querem boicotar CHAVES no Mercosul

Os ataques do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao Congresso brasileiro, que protestou contra o fechamento da RCTV, levaram os líderes do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), e do DEM, senador Agripino Maia (RN), a anunciar que as cúpulas de seus partidos estão determinando a obstrução da votação do protocolo de adesão do país latino-americano ao Mercosul, que tramita atualmente na Comissão do Mercosul da Câmara.

Caso Chávez não se retrate, tucanos e democratas ameaçam impedir a votação do protocolo, que terá de passar pela apreciação não só da comissão da Câmara, mas também das comissões de Relações Exteriores e do plenário das duas Casas.

— Ele (Chávez) segue o ritual clássico de um ditador, é um perigo ambulante, e emite sinais de que é possível restabelecer uma ditadura na América Latina.

Não é à toa que ele está promovendo uma corrida armamentista no continente — disse o senador Arthur Virgílio.

Para Agripino, é preciso questionar neste momento a democracia venezuelana. Ele confirmou a disposição do DEM de impedir a aprovação do protocolo, pelo menos até que todas as dúvidas do Congresso brasileiro sejam esclarecidas. Por enquanto, o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul só foi aprovado pela Argentina e pelo Paraguai — faltam ainda o aval do Brasil e o do Uruguai.

Amorim fala em “nuvens passageiras” O mal-estar provocado pelos ataques de Chávez ao Congresso continua também no governo.

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes de sua comitiva à viagem à Índia disseram ontem que explicações mais claras são esperadas.

Lula disse que, quando voltar ao Brasil, no fim de semana, resolverá o assunto. Embora a diplomacia brasileira torça para um desfecho rápido, sem maiores conseqüências bilaterais, o chanceler Celso Amorim também sinalizou que aguarda fatos novos para dissipar o que chamou de “nuvem passageira” nas relações entre os dois países.

Depois de discordar, na noite de domingo, da avaliação do venezuelano de que o Senado teria sido grosseiro, Lula sugeriu na manhã de ontem (oito horas e meia à frente do horário brasileiro), em Nova Délhi, que o caso ainda não está resolvido. Perguntado se esperava ouvir de Chávez uma explicação, disse: — Deixa eu voltar para o Brasil que vou resolver isso.

Mais tarde, foi divulgada a entrevista de Lula ao programa Hard Talk, da BBC de Londres, gravado sexta-feira, e na qual diz que Chávez é um parceiro e não um perigo para o Brasil.

— Chávez tem sido um parceiro do Brasil, nós temos grandes negócios na Venezuela, estamos fazendo refinarias conjuntas (...) Eu não acredito que represente um perigo para a América Latina — afirmou Lula, ao repórter Stephen Sakur.

Na entrevista transmitida ontem pelo canal internacional BBC World, Lula disse ainda que o Brasil não entrará nas disputas entre Venezuela e EUA.

— Chávez tem suas razões para brigar com os Estados Unidos.

E os Estados Unidos têm suas razões para brigar com a Venezuela. O Brasil não tem nenhuma razão para brigar com os Estados Unidos ou a Venezuela.

Lula se esquivou de comentários sobre a crise provocada pelo fechamento da RCTV: — Nós temos que aprender a respeitar a lógica legal de cada país. Eu não dou palpite nas políticas internas de nenhum país (...) No Brasil, fazemos um esforço incomensurável para que a liberdade de imprensa seja exercida em sua plenitude.

Na comitiva que acompanha Lula, principalmente entre os diplomatas, a avaliação é que Chávez foi longe demais.

— Espero que seja uma nuvem passageira, não precisamos buscar mais qualitativos (para classificar o episódio). Hoje é segundafeira, vamos ver se hoje ou amanhã haverá algo mais claro, mas sem excesso de dramaticidade — disse Amorim

Um comentário:

cereal disse...

Enquanto isso o PT solta uma Nota Oficial declarando apoio ao ditador da Venezuela.
Na Câmara o PT propõe que os mandatos para a presidência sejam de seis anos incluindo o atual presidente.
Que partido asqueroso!