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domingo, 10 de junho de 2007

“Programa de Aceleração da Corrupção”

O PAC deveria ser chamado de “Programa de Aceleração da Corrupção”, pois esta vai de vento em popa. Enquanto o país chafurda na lama, sob o domínio de quadrilhas de todos os matizes e que atuam nos três poderes da república, em favelas e nos movimentos ditos sociais, o Ser Supremo, nosso presidente da república, alheio a tudo, passeia pelo mundo exibindo sua vocação messiânica. Lula é o quinto elemento, aquele que veio para salvar o planeta da autodestruição.

A construção da cidade olímpica destinada a sediar os jogos Pan Americanos, no Rio de Janeiro, deveria ser objeto de mais uma operação da Polícia Federal. Eu sugeriria Operação Malandragem ou Operação Caraca. A conta já ultrapassou em muito o orçamento previsto, algo capaz de deixar o presidente do senado corado. De inveja, não de vergonha.

Enquanto o Rio de Janeiro se prepara para os jogos pan americanos, parte da cidade virou uma praça de guerra, entre a polícia e traficantes. E a situação parece não ter fim, ou seria falta de competência e vontade?

A realização dos jogos no Rio de Janeiro é uma temeridade. Mesmo sabendo do aparato policial militar que será montado, e fará com que a Faixa de Gaza e Bagdá pareçam balneários de veraneio, há o risco da maior confraternização esportiva das Américas transformar-se no inferno astral de Lula o Ser Supremo, e Sérgio Cabral.

Somente num país onde o presidente nada vê e nada sabe e a irresponsabilidade impera a passos largos, poderia se imaginar a realização de tais jogos, justamente no Rio de Janeiro.

Enquanto o PAC (Programa de Aceleração da Corrupção) subtrai dos cofres públicos a bagatela de aproximadamente 40 bilhões de reais por ano, há, no governo, quem defenda e até apresente justificativas convincentes para se manter o salário mísero, digo mínimo, em R$380,00 (trezentos e oitenta reais), sob a caduca e convincente alegação de uma inevitável quebra da previdência.

40 bilhões de reais do orçamento público são, anualmente, escoados, impunemente, através de propinodutos, cuecas, malas, envelopes, depósitos bancários, superfaturamento de licitações arrumadas e “mimos” para contas bancárias e bolsos particulares. Poder-se-ia dizer que é uma PPP (Parceria Pública Privada). Parece que de Pública só mesmo a bufunfa, pois o resto está mais para Privada mesmo.Tudo indica este montante não fazer falta alguma à nação. Nenhum dos envolvidos é condenado. Nenhum centavo retorna ao erário. Enquanto isto verbas são contingenciadas para educação, saúde, segurança e infra-estrutura. Recursos para desenvolver o país e melhorar a qualidade de vida do povo são liberados a conta-gotas, mas para o assistencialismo parasitário estatal e para a corrupção, o ladrão da caixa-d’água jorra dia e noite sem parar. O cofre do governo também parece ter ladrão, só não me arrisco a fazer metáforas.

O PAC (Programa de Aceleração da Corrupção), convenhamos, está sendo extremamente generoso aos amigos e fiéis companheiros, além de propiciar a distribuição do jabaculê de uma forma justa, bem democrática e social.

Até o irmão do Ser Supremo, levou um xeque-mate. Não perdeu tempo o Ministro da Justiça em apregoar que, num estado democrático todos são investigados. Me pergunto, quando será minha vez? Ou ele próprio. Estaria o Sr Ministro já se precavendo de um futuro próximo?

É claro que essa história do irmão do Ser Supremo não vai dar em nada, mas o marketing é óbvio, Duda Mendonça que o diga. Incautos exclamarão: ”Puxa vida, nem o irmão do presidente foi aliviado”. E isto fará do Ser Supremo, ainda mais supremo e único, absoluto. Lula o quinto elemento, o magnânimo que ainda sai em defesa dos acusados mostrando toda sua benevolência. Afinal, são todos companheiros e não inimigos.

Casualmente ou não, o Ser Supremo encontra-se fora do país, portanto está novamente blindado. As instituições apodrecem, mas o Ser Supremo, está acima de qualquer suspeita.

Como disse Mikhail Bukunin, anarquista russo do século XIX:

"O governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, compor-se-á de operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado, não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo".

Quem duvida disso não conhece a natureza humana.



por Carlos Alberto Cordella

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