A situação poderá piorar nos próximos meses. A desocupação deverá crescer pelo menos até abril, disse o economista José Márcio Camargo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, e chegar à faixa de 9,5% a 10% nas cidades cobertas pela pesquisa do IBGE. "Infelizmente", acrescentou, "estamos apenas no começo do desemprego." Outros economistas têm apresentado avaliação semelhante.
A redução da atividade econômica vem sendo causada tanto pela contração do consumo quanto pela queda dos investimentos e das exportações. No setor de máquinas e equipamentos, 7,8 mil trabalhadores foram dispensados desde outubro. As demissões poderão chegar em breve a 50 mil, segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos com os fabricantes. "Quando o faturamento recua 60%, como ocorreu no caso das máquinas-ferramentas, não há redução de jornada e salários que resolva a situação", disse o presidente da associação, Luiz Aubert Neto.
Indústrias fabricantes de máquinas e equipamentos e empresas dependentes de exportações estão entre as mais atingidas. As exportadoras vão sofrer de forma desproporcional, comentou na sexta-feira o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral. A crise continua mais grave no exterior do que no Brasil e essas companhias são afetadas diretamente pela redução da demanda no mercado internacional. Todas as principais exportadoras brasileiras foram afetadas nos últimos meses, com diminuição de encomendas, maior competição e pressões para baixar os preços.
Uma dessas empresas é a Embraer, dependente do mercado externo para a maior parte de seu faturamento. No ano passado a empresa previa entregar 194 aviões e entregou 204. Para este ano a previsão era de 270, mas vários clientes pediram nos últimos meses o adiamento de entregas. O total previsto para o ano foi reduzido para 242. Na quinta-feira a empresa anunciou a dispensa de 4,2 mil trabalhadores. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com indignação, segundo relato do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, na saída do gabinete presidencial. O presidente, acrescentou, decidiu chamar o dirigente da empresa para cobrar-lhe esclarecimentos. De acordo com Arthur Henrique e outros sindicalistas, Lula considerou um absurdo a Embraer demitir funcionários depois de haver recebido financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Se foi essa a reação do presidente da República, ou ele não entendeu a situação ou decidiu simplesmente fazer uma encenação para efeito eleitoral. A Embraer não foi a primeira a reduzir os quadros. As outras grandes fabricantes de aviões - Boeing, Airbus e Bombardier - também perderam encomendas e anunciaram cortes.
Empréstimos do BNDES não dão ao governo o direito de ingerência nas decisões administrativas das empresas financiadas, exceto se houver condições explicitadas em contratos. Mas não há cláusula de preservação de empregos nos contratos com a Embraer, como informou o banco na sexta-feira. O presidente do BNDES já se havia pronunciado contra a adoção de condições desse tipo. Se o presidente Lula pretende sustentar o nível de emprego, pode fazê-lo reduzindo impostos com inteligência, eliminando obstáculos à exportação e desemperrando o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
5 comentários:
Só na cabeça de um despreparado passa que uma empresa que perdeu mercado, que teve pedidos cancelados pode manter a mesma folha de pagamentos, é claro que a única medida para manter a saúde financeira é demir alguns para preservar os empregos da maioria dos trabalhadores.
O presidente idiota fez alguma proposta para reduzir a zero os encargos sociais?
Como a Embraer poderia sobreviver com 4000 na folha de pagamento sem produzir?
Quem votou nesta aberração para presidente ve agora que administrar é mais do que jogar conversa fora, mas povo enrolado é povo feliz.
Querido amigo,
O presidente deveria saber, que o BNDES, financia, mas nos finalmente
quer receber tudo e com juros, nada
é a fundo perdido.
Atenção para a ordem do dia:
Brinque o carnaval, mas não perca
o foco, vá fantasiado de caçador,
Caçador de político safado, Caçador de aloprados
e de tudo mais que tem de ruim
lá pelo planaldo e resto de nosso
país.
abs
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Um abraço!
Voces, de SP, RJ, MG, BA, e outros estados densamente povoados, elegeram um cara que NUNCA soube o que é tocar um negocio, por menor que fosse. Aliás, não foi o único, justiça seja feita. Para aqueles que tudo o que sabem é passar no caixa dia 30, que o dinheiro está lá, nunca saberão de onde ele vem. INSS dia 02, Folha dia 05, FGTS dia 07, ICMS 1ª dia 15, e por ai vai. Esses assim dominam a politica nacional, infelizmente. Enquanto for assim, vai ser isso ai, imposto e mais imposto. Talvez até o dia que todos nós tenhamos uma caderneta de consumo e um passaporte interno. Mas ai poderá ser tarde demais para reagir.
Com certeza, não foram os estados do Sul que elegeram Mula presidente, mas sim os estados do bolsa-miséria (Norte e Nordeste)onde o apedeuta conta com 25 milhões de votos "comprados" pelo "programa social". Daí a despreocupação dele com desemprego no setor privado.
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