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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Minc causa polêmica para esconder incompetência, diz ruralista



Minc explica termo 'vigaristas' na Câmara
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) fez uma defesa enfática nesta quarta-feira, 24, em relação à atuação da produção rural em meio ao debate de defesa do meio ambiente e colocou o ministro Carlos Minc na berlinda.

'Vossa excelência usou expressões indevidas. O senhor se sentiria confortável se eu dissesse que nós, produtores rurais aqui, defendemos a produção de arroz, de milho, de soja, de carne, enquanto o senhor defende plantação de cocaína e maconha? Que nós defendemos frigoríficos, mas não nos vendemos a frigoríficos? Não se preocupe que nós não vamos comer sua picanha, pois não gostamos de carne contaminada', alfinetou o deputado, durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara, da qual o ministro do Meio Ambiente participa.

Minc foi convocado a comparecer à audiência pelo uso da expressão 'vigaristas', direcionada a produtores rurais no final do mês passado, enquanto participava de manifestação em um carro de som na Esplanada dos Ministérios.

O uso da palavra, de acordo com Caiado, foi um ato intencional de Minc a fim de desviar a atenção para a atuação do Ministério do Meio Ambiente. 'Tem que satanizar alguém para esconder a incompetência do Ministério. É a tese do boi de piranha: alguém tem que ser lançado para que os outros grandes absurdos passem sem serem discutidos', atacou.

Ao apresentar slides com números referentes ao setor produtivo, o deputado voltou a provocar o ministro. 'O senhor entende de gráfico? Então veja ali. Ali não está a indústria automobilística... a única coisa que sustenta o Brasil é a agricultura', disse.

As críticas de Caiado chegaram até ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 'Lula mente quando diz que o Brasil emprestou dinheiro ao FMI. Quem pagou o FMI foi o agricultor brasileiro, que deu superávit comercial', argumentou.

Ainda mostrando dados, o deputado afirmou que a pecuária também está sendo 'satanizada' pelo ministro. De acordo com ele, o setor multiplicou em 1000% sua produção em 41 anos. 'Em algum lugar do mundo aconteceu esse resultado? O maior monumento que deveria ter na Esplanada dos Ministérios é o do produtor rural do País', completou.

Ao receber o aviso de que havia ultrapassado o tempo, Caiado pediu paciência. 'Esperei 20 dias para falar, peço um pouco de paciência comigo', solicitou. Na sequência, o deputado trouxe ao debate o tema do Código Florestal, um dos maiores impasses entre a agricultura e o meio ambiente. Ele citou uma entrevista que o ministro concedeu a uma revista, defendendo a regularização do desmatado até 1996. Após esta data, de acordo com a leitura da reportagem pelo deputado, Minc avalia que seria premiar a legalidade. 'O ministro imperador decidiu que, de 96 para cá, deve ser punido', ironizou.

Caiado solicitou também que todas as áreas brasileiras fossem tratadas pelo Ministério da mesma forma. 'Por que em São Paulo pode (ter ocorrido o desmatamento) e Amazonas não pode? Por que a lei não é para todos? Qual é a que dá mais Ibope? Quero ver qual é o projeto para regularizar a produção de São Paulo', disse o deputado

A tese do ministro, na avaliação do deputado, é a de que o pequeno produtor não precisa defender o meio ambiente, bem como quem mora na cidade. 'Daí, o produtor médio e o grande precisam arcar com 100% da defesa', analisou."

2 comentários:

flávia disse...

Eu acho que o Caiado foi até gentil com o Minc...

Marcos Pontes disse...

eu estava estranhando o silêncio do Caiado.
Carlos-Minc-do-colete-dourado estava merecendo uma espinafrada mais bem colocada. aliás, ele merece mais umas.