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Dois filhos de Lula recebem passaporte especial

O Itamaraty concedeu passaportes diplomáticos a dois filhos do ex-presidente Lula dois dias antes do fim de seu mandato. A reportagem teve acesso à decisão beneficiando os filhos de Lula "em caráter excepcional" e "em função de interesse do país".

Luís Cláudio Lula da Silva e Marcos Claudio Lula da Silva conseguiram o documento internacional de identidade do Itamaraty no dia 29 de dezembro de 2010. De acordo com o Itamaraty, eles já tinham o passaporte especial, e trata-se de uma renovação.

A validade do passaporte diplomático concedido aos dois é de quatro anos, a contar da data de emissão do documento. Assim, durante todo o governo de Dilma Rousseff, Luís Cláudio e Marcos Cláudio terão acesso à fila de entrada separada e com tratamento menos rígido nos países com que o Brasil tem relação diplomática.

Em alguns países que exigem visto, o passaporte diplomático o torna dispensável. O passaporte diplomático também é tirado sem custo para a "autoridade". Já a emissão de um passaporte normal custa em torno de R$ 190.

O pedido para o benefício ao Itamaraty veio do próprio ex-presidente semanas antes do fim do mandato. O documento que dá o benefício é assinado pelo ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

O decreto que regula essa concessão diz que presidentes, vices, ministros de Estado, parlamentares, chefes de missões diplomáticas, ministros dos tribunais superiores e ex-presidentes, assim como seus dependentes, têm direito ao passaporte diplomático.

No caso de filhos, eles precisam ter até 21 anos (24 no caso de universitários) ou serem portadores de deficiência.

Luís Cláudio, formado em educação física, tem 25 anos e é preparador físico do Corinthians. Marcos Cláudio, filho do primeiro casamento de Marisa Letícia, foi adotado por Lula. Formado em psicologia, ele tem 39 anos, é empresário e já tentou ser vereador. Os dois gozam de perfeita saúde.

A decisão causou mal-estar no Itamaraty, dizem integrantes do corpo diplomático, já que Amorim concedeu os documentos em caráter excepcional, usando o parágrafo 3º que garante ao ministro o poder de autorização "em função de interesse do país".