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quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Licença para roubar



O que podemos esperar de uma sociedade que sinaliza que é permitido roubar, dependendo de quem é o ladrão e para onde vai o dinheiro, se o “escolhido” pode engordar suas contas ilegais no exterior com recursos incluídos no custo social das obras públicas no país?

Já tínhamos a qualificação de um dos países com um dos poderes públicos mais corruptos e com um dos piores resultados na educação pública do ensino fundamental e médio do mundo desenvolvido e em desenvolvimento.

Agora temos também o rótulo de uma sociedade que formaliza através das urnas uma “licença para roubar” segundo importantes jornais internacionais.

O efeito devastador da endemia da prostituição da política, protegida vergonhosamente pelo relativismo corporativista do poder Judiciário, se apresentou de forma inexplicável, humilhante e vergonhosa nas urnas, com a renovação de mandatos – por votações expressivas – de políticos destituídos de mínimas condições morais e éticas para exercerem cargos públicos em nome de qualquer sociedade civilizada.
É realmente estarrecedor, diante da quantidade de informações veiculadas nos meios de comunicação sobre todos os envolvidos nos escândalos de corrupção e crimes contra o Estado, testemunharmos expressivas votações em personalidades espúrias, que em qualquer país, juridicamente decente, estariam atrás das grandes pagando pelos seus crimes.
Estamos diante de uma prova irrefutável da necessidade de ser iniciada uma profunda revolução educacional e de valores no país, diante do caos moral e ético que está nos destruindo como país viável, e da conivência da sociedade organizada com a permanência, ou o retorno, pelas urnas, de canalhas corruptos e prostitutos da política ao poder.
O mundo civilizado observa estarrecido que uma significativa parte do eleitorado brasileiro autorizou o roubo do dinheiro público e aceitou a prostituição da política, sob o comando da escória da imoralidade e da falta de ética, como um valor que passa a ser oficialmente – pelas urnas – válido no comportamento de homens públicos, apesar dos sistemáticos alertas do sentido do voto consciente para o futuro do país.
O sinal de que a descrença nas autoridades públicas de todos os poderes da República já iniciou o círculo vicioso-viciado-criminoso de que o roubo compensa, precisa ser urgentemente avaliado pela sociedade crítica organizada. Precisamos salvar o país de sua queda definitiva no fosso coletivo da imoralidade e da falta de ética sob o domínio de uma sórdida máfia da prostituição da política.

A diferença entre um presidiário que está pagando pelo crime de ter nascido nos guetos dos excluídos e o canalha do colarinho branco corrupto e prostituto da política, passa a ser o fato do primeiro ser vítima preferencial da covardia do pacto público-privado de exploração dos pobres e dos menos favorecidos, e do segundo ter criminalistas pagos pelos poderes dominantes para garantir a blindagem política protetora para os chefes das gangs “estatais”, e para os seus apadrinhados, filhos dos ovos da serpente da prostituição da política, agora quase permanentes meliantes do corporativismo que assumiu o controle do poder Público.
Milhões de eleitores, com os seus votos, abriram mão do seu papel de controladores da idoneidade dos homens públicos para serem protetores e cabos eleitorais dos seus atos de ostensiva prevaricação, imoralidade, e falta de ética pública.

As expressivas votações, em réus confessos envolvidos em grotescos escândalos de corrupção, e em investigados pela “Justiça”, nos passam uma mensagem de que o assistencialismo fascista-populista, o corporativismo sórdido no poder público e a prostituição da política ensaiam se apresentar como os novos pilares de uma sociedade destituída de valores morais e éticos, uma sociedade eminentemente corrupta e sem-vergonha.
No último ato dessa tragédia moral e ética que se configurou em nosso país durante o desgoverno petista, estará se consolidando ou não nas urnas no segundo turno das eleições presidenciais.
Se permitirmos que o bandido entre em nossa casa para tomar conta de nossas vidas, e os seus lacaios tomem conta do nosso dinheiro, não teremos mais do que reclamar, pois nosso voto – sejamos ignorantes ou esclarecidos – estará preso à nossa consciência de que estaremos dando “talões de cheques assinados e em branco” nas mãos de prostitutos estelionatários da política e criminosos de colarinho branco, com fotos publicadas durante quatro anos em todos os jornais. “Faltou apenas colocar o prêmio debaixo do procura-se”.

Todos são conhecidos nos seus atos públicos desonestos, imorais e aéticos, conhecimento esse não mais dependente de consciência crítica, e sim de uma escolha em ser um indolente dependente do Estado, um cúmplice canalha da administração do prostíbulo da prostituição da política em proveito próprio, ou um cidadão que continuará lutando para que seus filhos e suas familiais vivam em um país decente, viável, digno e com justiça social.
Poderemos estar formalizando nas urnas neste segundo turno, por nossa proporia escolha, a jurisprudência de uma “licença para roubar” ou para mandar matar inimigos políticos.

Não há nada mais nada para ser escrito ou dito diante de tudo o que já se sabe ou do que já se testemunhou.
Vamos esperar que tipo de governo a sociedade quer.

Não será uma escolha dos ignorantes, mas sim dos esclarecidos e dos bem informados.

Um comentário:

Anônimo disse...

Governo libera
R$ 1,5 bilhão
do Orçamento

Parte do dinheiro irá
para Estados onde desempenho eleitoral
de Lula foi ruim.
Folha

CK