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sexta-feira, 10 de novembro de 2006

BRINCADEIRINHA

Eliane Cantanhede , na FSP

Lula está parecendo outro homem depois de reeleito com boa margem de votos e de centralizar no seu gabinete do Planalto as negociações políticas para compor o novo ministério. Ele adora. Ontem, no Itamaraty, queimado de sol e sorridente, passou a exercitar uma das suas novas modalidades: confirmar ministros, para, em seguida, negar tudo. E ri, divertindo-se com a agonia dos coitados, que estão loucos para ficar, dos candidatos, que estão loucos para entrar, e dos jornalistas, que estão loucos para saber menos quem sai e mais quem fica e quem entra. Lula percebe e dá corda. Na quarta-feira, aproveitou-se de uma solenidade em que uns gatos pingados gritavam "fica, fica" para anunciar que era "o dia do fico". Pronto. A conclusão foi que o ministro Fernando Haddad estava confirmadíssimo na Educação. Estava? Não. Era brincadeirinha. Ontem, a cena se repetiu, numa área ainda mais sensível: o Banco Central. Primeiro, Lula disse que não tinha por que trocar Henrique Meirelles (aquele que os próprios ministros tentam culpar pelos índices haitianos de crescimentos): "Para que tirar?". Pronto. A conclusão foi que Meirelles estava confirmadíssimo. Estava? Não. Ou melhor: pode até estar, mas Lula tratou de corrigir em segundos, "explicando" que não tinha confirmado nada. Pode estar confirmado, pode não estar, pode estar agora e não estar depois. É assim que a Esplanada dos Ministérios vai virando uma concentração de ministros ansiosos para mostrar serviço, bom humor e proximidade do chefe. Enquanto, fora dela, o PT, o PMDB e demais aliados lambem os lábios, famintos. Lula já tem muita coisa da nova equipe na cabeça, e tanto Meirelles como Haddad devem ficar, mas ele não vai anunciar assim tão fácil. Pra que, se ele pode se divertir tanto e dar boas gargalhadas ainda um bom tempo com a aflição alheia?

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho uma bobagem os jornalistas ficarem andando atrás do apedeuta. Ele adora aparecer, falnado sandices. Se todos o ignorassem, talvez ele refletisse sobre a necessidade de tomar consciência da responsabilidade que tem. Passaria a aprender mais e TRABALHAR.