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sexta-feira, 10 de novembro de 2006

LATA DO LIXO, JÁ!

Barbara Gancia, na FSP

TODA VEZ que ponho um pé para fora do país, volto e dou de cara com notícias que, de tão fantasiosas, parecem extraídas dos "As Crônicas de Nárnia".
Desta vez não foi diferente. Retorno de uma visita de cinco dias às geleiras da Patagônia, para encontrar minha caixa-postal eletrônica invadida por mensagens que convidam a assinar um manifesto em solidariedade ao marxista Emir Sader, condenado à perda do cargo de professor na UERJ e a um ano de detenção, em regime aberto, por ter injuriado o senador Jorge Bornhausen. Pois, como diz aquele comercial: não assino "nem a pau, Juvenal"! No que diz respeito a Sader, o único abaixo-assinado em que colocaria de bom grado meu nome seria aquele que condenasse à lixeira todas as besteiras que ele escreveu até hoje. Diz Emir Sader que já publicou 77 livros. Mas, como bem lembrou o colega Reinaldo Azevedo, no melhor blog de política tapuia que é produzido atualmente, o ex-secretário paulista Gabriel Chalita também tem uma quantidade semelhante de livros publicados -e nem por isso sua credibilidade chega a valer mais do que um danoninho.
Nunca li nem pretendo ler qualquer dos livros de Emir Sader. Conheço apenas as sandices que ele costuma perpetrar na internet. E, tendo lido o amontoado de inverdades e de conceitos deturpados que o senhor Sader produz para o site esquerdista Carta Maior, fico imaginando a que tipo de lavagem cerebral seus alunos são submetidos no dia-a-dia da sala de aula. Convido o nobre leitor a conferir o que digo. Basta ler um parágrafo escolhido a esmo de qualquer dos textos do senhor Sader (www.cartamaior.com.br) para ter certeza de que ele nunca se deu ao trabalho de folhear as obras de Adam Smith, John Maynard Keynes, Friedrich Hayek ou John Kenneth Galbraith.
Sader é professor da USP e da UERJ. Com essas credenciais, era de se esperar que ele soubesse que chamar abertamente um senador de ladrão, explorador, assassino de trabalhadores e de racista -sem apresentar provas que sustentem as acusações- iria fatalmente acarretar um processo na Justiça.
Mas o "perfeito idiota latino-americano", descrito no best-seller de Alvaro Vargas Llosa, se crê acima do bem e do mal. Para ele, os fins justificam os meios, o muro de Berlim não caiu, os regimes comunistas não viraram todos ditaduras corruptas e ainda é possível acalentar o sonho de transformar a América Latina em um Cambódia ou uma Albânia. Emir Sader é uma espécie de sub-Marilena Chauí. Ele não tem a verve ou o dom da escrita da raivosa filósofa. Mas compartilha com ela do fanatismo de quem só consegue enxergar os erros do "inimigo", sem nunca reconhecer os do partido pelo qual militam. Quanto ao fato de a Justiça ter condenado Emir Sader à pena de detenção, será que nossos juízes ainda não se deram conta de que cadeia é para quem representa perigo real contra a sociedade? A sentença foi tão estapafúrdia que deu combustível para que o senhor Sader, sempre o equivocado, saísse dizendo que o juiz está a serviço da "direita". É o clássico caso de os cegos guiando os cegos. Aguarde a minha volta, Patagônia!

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