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quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Mr Burns:Apedeuta é pequeno burguês nascido no chão de fábrica


O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), afirmou nesta quarta-feira que não se surpreendeu nem um pouco com o "discurso conservador" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que associou a ideologia de esquerda à imaturidade.

"O Lula é um conservador. É um pequeno burguês nascido em chão de fábrica. E é isso, pronto. Agora, ele fez a confissão pública", disse Lembo, depois de gravar entrevista ao programa "Opinião Nacional", da TV Cultura.

"Se você conhece uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque está com problema. Se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também está com problema", afirmou o presidente, após receber prêmio da revista "IstoÉ", no noite de segunda-feira.

"Quem é mais de direita vai ficando mais de centro, e quem é mais de esquerda vai ficando social-democrata, menos à esquerda. As coisas vão confluindo de acordo com a quantidade de cabelos brancos, e de acordo com a responsabilidade que você tem. Não tem outro jeito", acrescentou Lula.

Na visão de Lembo, a mudança de tom do presidente se dá por sua percepção de que o PT perdeu sua identidade, se tornando "o mais conservador dos partidos" e uma "grande oligarquia nacional".

Além disso, explica Lembo, por ser muito "inteligente e sensitivo", Lula compreendeu que "o Brasil é um país de traço conservador". "O segundo problema que ele percebeu é que a sociedade brasileira, e todos nós sabemos disso, é de equilíbrio. O brasileiro não gosta de grandes conflitos", afirmou.

Coalizão

Para o governador de São Paulo, a proposta de Lula de formar um governo de coalizão não vai dar certo por reunir "membros muito heterogêneos", entre eles as oligarquias brasileiras, que "são sempre muito vorazes na busca por cargos públicos".

Lembo não quis explicar sobre quem se referia com o termo "oligarquia", mas admitiu que esse não é um problema exclusivo da gestão de Lula. "Todos os governos pagaram caro. Então, às vezes, é melhor você ter um confronto com as oligarquias que aceitar essa voracidade."

Ele defendeu que seu partido, o PFL, deve se manter na oposição ao governo petista, sem abrir concessões. "Só assim ajudaremos a nossa democracia", disse.

Lembo disse ainda que acha "muito difícil" que parceria entre seu partido e o PSDB continue em nível nacional. Para ele, o PFL deve lutar para ser "autônomo".

"Acho que cada partido tem que ter identidade, a gente tem que ser autônomo, tem que ser uma personalidade, e não ficar agregado sempre ao outro, senão é sempre o outro que vence, e o partido agregado é menor em expressão", afirmou.

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