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domingo, 9 de setembro de 2007

O som incerto das trombetas

por Álvaro Dias*



O julgamento do Supremo Tribunal Federal, que acolheu a denúncia contra os 40 envolvidos nas teias do mensalão, revelou a verdadeira estatura da nossa suprema corte, instituição na qual estão fincados os alicerces do Estado Democrático de Direito.

Os denunciados, a partir de agora, respondem como réus em ação de natureza penal.

Quem, na verdade, está sendo julgado? Quem, verdadeiramente, está agora no banco dos réus? Não é o presidente Lula e o seu governo, na figura dos seus coadjuvantes?

O julgamento do STF pôs a pique a retórica oficial. Gravamos na memória o dia em que o presidente, nos jardins do Museu do Ar em Paris, declarava, em entrevista, que o episódio do mensalão se resumiu a um caso de caixa 2 - “o que é feito no Brasil sistematicamente’’.

Não se sustenta mais aquele discurso de que não existiu crime e a insistência na tecla de que o presidente ‘’de nada sabia’’.

Aliás, recentemente o próprio José Dirceu afirmou taxativamente que o presidente sabia de tudo o que ocorria no seu governo.

O mensalão é a história de um projeto de poder de longo prazo. O procurador-geral da República fez eco às afirmações, no Congresso Nacional, de que se tratava de uma organização criminosa que idealizou um complexo e sofisticado esquema de corrupção que tinha por objetivo se perpetuar.

Diante da decisão do STF, somos forçados a uma reflexão: cumprimos o nosso dever como instituição política?

Os partidos políticos de oposição e as entidades representativas da sociedade cumpriram o seu dever?

Creio que não. O julgamento corrobora a tese do impeachment do presidente da República.

Em face das revelações bombásticas colhidas no depoimento de Duda Mendonça à CPI, levei ao exame do plenário do Senado a hipótese de um processo de impeachment do presidente.

Os fatos recomendavam, as provas existentes exigiam. Não houve ressonância.

Hoje, no entanto, não seria possível o presidente Lula trombetear: “Feliz o país que tem um político da magnitude do Zé Dirceu”.

Álvaro Dias é senador pelo PSDB do Paraná.

3 comentários:

Anônimo disse...

todo mundo sabe de tudo menos ele.
a grande prova para sabermos se este país ainda tem uma chance será 4ª feira qd o senado julgará Renan

Anônimo disse...

ZEPOVO

O Sen. Alvaro Dias é reconhecidamente oportunista. Seu maior feito foi comandar a CPI do Futebol, que como toda CPI não deu em nada, mas serviu pra Alvaro usar na sua campanha ao governo do Paraná, que igualmente não deu em nada!
Tempos atrás Alvaro e seu irmão Osmar se reelegeram senadores trocando de partido, foram para o PDT de Brizola e após reeleitos pularam fora. Na época Brizola os classificou na medida certa!
Minha opinião: - Alvaro Dias e Osmar juntos não valem meio Dirceu!

Kozel® disse...

ZE Povim guarde sua opinião para si,aqui ninguém se interessa por ela.