Serviços de inteligência daqui e do exterior têm informações seguras de que a onda de violência no Rio de Janeiro resultou de um impasse nas negociações financeiras entre policiais corruptos e representantes de chefes de quadrilha
Operação policial no Rio está fadada ao fracasso, diz autor de "Violência Urbana"
ONU |
Paulo Sérgio Pinheiro alerta que a operação policial no Rio está fadada ao fracasso |
Usar tanques contra "chefetes" do crime carioca é, para o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, a receita do fracasso em curto prazo.
Em entrevista à Livraria da Folha, disse ser favorável à ocupação dos morros no Rio, mas pondera que o governo toma apenas medidas reativas. Para ele, a cidade precisa de política de segurança, não de uma política bélica.
Paulo Sérgio ocupou a posição de especialista independente para violência contra a criança da ONU (2003-2008) e é autor de "Violência Urbana", livro da coleção Folha Explica, escrito em parceria com Guilherme Assis de Almeida, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP.
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O professor apontou diversas fragilidades neste tipo de operação policial, como a falta de políticas para inibir o consumo de drogas --fator financeiro estratégico-- e a deficiência do Ministério Público no combate da corrupção dentro das instituições. Ouça.
Um comentário:
Caro Kozel,
Este cientista político está absolutamente correto, porque as circunstâncias demonstram claramente, que a chefia do tráfico ficou frustrada com alguma coisa, algum compromisso não foi cumprido pela "outra" parte.
Para a "outra" parte interessava a instalação de UPPs. Para tanto, milagrosamente a bandidagem abandonou algumas favelas tão pacificamente que não dava para acreditar. Nem um tirinho. Na verdade, um "changê de dame" a moda das quadrilhas de São João.
Isto aconteceu, é bom ressaltar, até as eleições. Após as eleições o tráfico ficou aguardando a "outra" parte cumprir o combinado, o que não ocorreu.
Se você reparar bem a ação do tráfico se manteve apenas fazendo pressão, não matou ninguém, só promoveu tumulto e prejuízo para o cidadão. Não atingiu a polícia, tampouco a "outra" parte. Continuou fazendo pressão, não declarou guerra, foi agravando a pressão na exata proporção da "surdez" da "outra" parte, após as eleições.
A "outra" parte ganhou muito voto pela mansidão oportuna das quadrilhas "não políticas" no período pré-eleitoral.
A "outra" parte sabe que se tentar estrangular para valer o tráfico, este irá falar e a coisa vai ecoar até muito longe.
Esta é uma versão muito factível, não concorda?
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